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Reitor Felipe (e) e Leonardo Soares (d) frente a frente para comando de greve e manifestantes |
Cerca de 350 alunos ocuparam o saguão do prédio que abriga a Reitoria do campus da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), na tarde de ontem. Com mochilas jogadas ao chão, caixas de som e cartazes, o Diretório Central Acadêmico (DCE) e alunos de vários cursos de graduação, entre eles, Comunicação Social, Medicina, Psicologia, Terapia Ocupacional, Veterinária, usaram o espaço para protestar e pedir uma posição do reitor da UFSM, Felipe Müller, sobre a defesa de 10% do PIB para investimento em educação, melhorias estruturais e de pessoal em determinados cursos, corte da PL 1745, que desvincula o hospital universitário da universidade e melhorias na assistência estudantil.
No país nove universidades federais tomaram a mesma deliberação de ocupação de reitorias e uma estadual, a Universidade Estadual de Maringá.
Conforme um dos coordenadores do DCE Leonardo Soares, o comando está mobilizado pela coerência das universidades em melhores investimentos na educação no Brasil, que, segundo o movimento, está muito desestabilizado e sem condições de oferecer melhorias básicas para que os estudantes possam buscar conhecimento com qualidade.
A política de expansão das universidades, através do Reuni, também foi debatida pelo comando dos universitários. Os protestantes apresentaram problemas que estariam ocorrendo em extensões da UFSM, como a falta de professores, inexistência de prédios adequados para as aulas e dificuldade de acesso dos alunos. “Precisamos de posições coerentes para que a educação saia ganhando. Estamos numa manifestação de ocupação pacífica do prédio da Reitoria, para que as autoridades possam observar que estamos precisando de melhorias. Nos unimos ao comando de greve dos técnicos-administrativos pelo cumprimento de suas necessidades, pois, assim, teremos uma melhor educação na UFSM”, disse Soares.
Para os alunos que protestaram na tarde de ontem, a luta dos servidores acaba sendo uma reivindicação em prol do ensino. “Queremos uma posição da universidade sobre temas importantes. Inclusive sobre o pedido de melhoria salarial dos servidores”, frisa o representante do DCE.
Além da qualidade de ensino discutida, os alunos querem uma incorporação de três refeições do Restaurante Universitário (RU), aumento das bolsas estudantis, gestão democrática das assistência estudantil, que hoje é feita pela pró-Reitoria de Graduação, e Casas de Estudante em outros campi da UFSM.
O reitor, ainda no saguão, utilizou o sistema de som instalado para conversar com os manifestantes. Em poucos minutos, Felipe Müller pediu que a manifestação mantesse a ordem sem estragar os bens públicos e que uma comissão fosse formada para debater as deliberações ao final do dia, ao contrário do pedido pelos estudantes que queriam a permanência do reitor durante toda à tarde na manifestação.
Müller esteve no rol de entrada na Reitoria por volta das 17h, ouviu as pautas, mas não deu respostas. Outro encontro acontece hoje, às 10h. Os manifestantes, cerca de 60, passaram à noite no prédio como forma de mais pressão (leia mais na edição impressa).
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