Depois de 115 dias parados, os servidores da área administrativa da UFMT decidiram retornar ao trabalho na próxima segunda-feira, sem descartar uma nova paralisação. O governo federal não atendeu a nenhuma reivindicação, ou melhor, sequer abriu negociação com os trabalhadores.
Nesse período, pouco mais de 1.800 cruzaram os braços em protesto ao descumprimento de um acordo firmado em 2007 e não cumprido pelo governo. A greve acumulou tarefas burocráticas nos diversos campi da instituição de ensino superior e no Hospital Universitário Júlio Müller, em Cuiabá.
Além do piso de três salários mínimos, pouco mais de R$ 1,6 mil, os servidores querem o respeito ao que está acordado como Plano de Cargo, Carreira e Salário há quatro anos, ainda no governo de Lula.
Entre os itens do plano, a coordenadora geral do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais em Mato Grosso (Sintuf), Ana Bernadete Almeida Nascimento citou a “racionalização dos cargos”, que seria a equiparação salarial entre servidores que desempenham funções similares, o que acontecia até o final de 2004, e o governo resolveu extinguir.
Como exemplo, Ana Bernadete apontou o auxiliar administrativo e o auxiliar de enfermagem. Conforme ela, a diferença chega a R$ 700. O entendimento deles é que, se são lotados na mesma instituição, têm funções semelhantes e integram o mesmo ministério (o da Educação), não há motivo para diferença salarial. Eles também reivindicam reposição salarial para os aposentados, cujos salários reduzem a partir do momento que se tornam inativos, mesmo quando combinam a idade e o tempo de serviço exigido para se aposentar.
De acordo com Ana Bernadete, a orientação de retorno ao trabalho partiu da Federação dos Servidores das Universidades como forma de tentar abrir as negociações com o governo. A previsão é que até amanhã a greve chegue ao fim em todas as universidades federais e que semana que vem seja agendada a primeira rodada de negociação.
Fonte: Diário de Cuiabá
Nenhum comentário:
Postar um comentário