Os representantes dos 3,4 mil professores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) decidiram ontem, durante assembleia geral da categoria, que aconteceu no auditório do Centro de Educação daquela Universidade, por uma paralisação de 24 horas para o próximo dia 1º de setembro. Além disso, os professores convocaram outra assembleia geral para a tarde do mesmo dia. A categoria votou ainda pelo indicativo de greve, sem uma data determinada. Hoje, se extingue o prazo dado pelo Governo para que os professores das universidades federais de todo o País aceitem a proposta oferecida pelo Ministério do Planejamento de 4% de reajuste, que seria concedido a partir de março de 2012.
“Consideramos essa proposta um absurdo. Também não aceitamos esse prazo de hoje para o fim das negociações. Reconhecemos o valor de uma negociação e queremos que ela continue até que o Governo nos faça uma proposta adequada”, comentou o presidente da Associação dos Docentes da UFPE (Adufepe), Jaime Mendonça. Os docentes da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) também decidiram pelo indicativo de greve, em assembleia realizada no último dia 23. A diferença é que os professores da Rural determinaram a data de 5 de setembro, quando será realizada uma nova assembleia, para o indicativo. Hoje, existem 17 estados brasileiros com suas federais em indicativo de greve.
“Essa proposta é uma galhofa. Um acinte a negociação. Não tivemos nenhum ganho salarial desde 1998. Prefiro não receber nada e manter a minha dignidade”, destacou o professor de Economia, Pierre Lucena. Na ocasião, apresentou um gráfico comparativo entre os salários dos professores e dos pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT). Quando levada em conta a inflação de 1998 para os dias atuais, enquanto os pesquisadores tiveram ganhos salariais, os professores tiveram perdas.
Na manhã de hoje, às 8h, representantes de professores de todos os estados brasileiros estarão reunidos, em Brasília, para discutir a proposta de reajuste. Ainda hoje, às 14h30, a resposta da categoria será levada aos representantes do Ministério do Planejamento, durante uma nova reunião. Além do reajuste, o Governo oferece as incorporações ao salário das Gratificação por Exercício do Magistério Superior (Gemas) e Gratificação de Atividade Docente de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (Gedbt). Promete ainda constituir um grupo de trabalho para re-estruturação da carreira e se compromete, sem data estabelecida, a promover a equiparação salarial com os pesquisadores do Ministério de Ciência e Tecnologia.
Na última reunião entre os representantes dos professores e o Governo Federal, no último dia 19, depois de apresentar a proposta de reajuste de 4%, o secretário de Recursos Humanos do Ministério do Planejamento, Duvanier Paiva, reconheceu como legítima a reivindicação da categoria de re-estruturação da carreira, com equiparação à carreira de Ciência e Tecnologia. No entanto, ele reforçou que o governo já ultrapassou o limite possível para negociar neste momento. “Esse acordo não é um contrato de quitação, mas sim de compromisso de que a carreira será discutida e as perdas voltarão à mesa outro momento”, destacou.
Fonte: Folhape.com
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