Se
a felicidade do PT dependesse de citações de Dilma Rousseff, faltaria matéria
prima. Em um ano e meio de governo,
a presidente pronunciou 266 discursos oficiais. Os repórteres Demétrio Weber e
Luíza Damé atravessaram as transcrições.
Encontraram três escassas menções ao PT – uma genérica e duas protocolares.
Em
junho de 2011, ao empossar Ideli Salvatti na pasta das Relações Institucionais,
nas pegadas da crise das consultorias companheiras que derrubaram Antonio
Palocci, Dilma falou do PT sem mencionar-lhe o nome. Valeu-se da expressão “meu
partido” para exortar os colaboradores a trabalhar.
A
sigla PT pingou-lhe dos lábios uma mísera vez. Deu-se em outubro do ano
passado, numa solenidade em que Dilma sancionou a lei que criou o Pronatec. Ao
saudar o deputado Antonio Carlos Biffi, que relatara a proposta na Câmara, ela
informou que se tratava de um congressista do PT do Mato Grosso.
Por
extenso, o nome da legenda foi citado em março de 2012, numa solenidade da
Agência Nacional do Petróleo. Ao percorrer a lista de autoridades presentes ao
ato, Dilma esbarrou em Rui Falcão. E enunciou-lhe o posto: “presidente do
Partido dos Trabalhadores”. Ficou nisso.
O
vocábulo mais repetido por Dilma em seus 266 discursos foi “Brasil” –2.867
citações. Os temas mais abordados foram crescimento econômico, crise
internacional e ações sociais –do combate à miséria à educação e saúde.
Tomada
pelas palavras, Dilma pode não ser um bom exemplo de gratidão partidária. Mas é
um bom aviso. Longe dos discursos, longe do coração. E bem mais perto da
maledicência. Para bom entendedor, meia palavra basta, tenderam panheiros?
Fonte: Blog do Josias de Souza
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