"Não conheço nenhuma outra categoria que tenha proposta como essa", afirma Aloizio Mercadante
Paralisação já dura mais de dois meses; principal sindicato dos docentes diz que greve deve continuar
O governo não conseguirá melhorar a proposta de aumento aos grevistas das universidades federais, afirmou ontem o ministro da Educação, Aloizio Mercadante.
"Não conheço nenhuma outra categoria que tenha proposta como essa, neste momento de crise internacional", afirmou o ministro em entrevista à Folha.
O principal sindicato diz que o salário deveria dobrar e que a greve deve continuar. Aponta que boa parte do reajuste será abatida pela inflação -indicador que deve somar ao menos 15% nos três anos, avalia o ministro.
A greve dura mais de dois meses. Em São Paulo, a Unifesp e a UFABC seguirão na paralisação. A UFSCar indica que pode sair do movimento.
A seguir, a entrevista em que Mercadante faz um balanço dos seus seis primeiros meses no ministério.
Folha - O governo não poderia ter evitado essa greve?
A proposta feita pelo governo nesta semana é a final?
Mas já há universidades dizendo que manterão a greve.
E outras saindo. Esperamos que tudo seja resolvido em breve, pois pode haver prejuízos para o ano letivo.
Pensando sua gestão como um todo, afirma-se que ela será lembrada pelo sucesso ou fracasso na alfabetização das crianças de até oito anos.
A alfabetização na idade certa é prioridade histórica e será estratégica nesta gestão. Apresentamos um pacto com Estados e municípios para capacitar professores-alfabetizadores e aceleramos a construção de creches.
A alfabetização já não deveria ter sido atacada?
Cada gestão deu sua contribuição. No governo Fernando Henrique Cardoso, veio oFundef, fundo que ajudou a ampliar as matrículas.
No governo Lula, o fundo foi ampliado e vieram o Prouni bolsas em universidades privadas e o Reuni expansão das universidades federais. Agora é a alfabetização.
O sr. é criticado por não defender os 10% do PIB para a educação [projeto que está no Congresso. E pela falta de um plano para a educação.
Sem definir qual a fonte de financiamento, como alcançarmos uma meta assim?
Fonte: Folha de S.Paulo
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