Esio Melo de Andrade - reunião do CONSUNI - 02/07/2012
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Os sete estudantes da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e o Diretório Central dos Estudantes (DCE) que respondem a processo na Justiça Federal por ocuparem a reitoria da instituição, no Campus A.C. Simões, em Maceió, em setembro do ano passado exigem retratação e pedem que a universidade renuncie ao processo. Mas se depender da última negociação, a queda de braço está longe de chegar ao fim. Na segunda-feira (02) houve reunião do Conselho Universitário da Universidade Federal (Consuni) e ao pedirem para ser colocada em pauta a criminalização do movimento estudantil, o reitor se negou a discutir o assunto e disse que a questão seria resolvida na Justiça.
Os universitários afirmam que tentaram dialogar com a procuradoria da Ufal para que o processo fosse arquivado, mas está irredutível e a resposta é que não poderia fazer nada porque não era mais da competência da universidade. No entanto, garantem que o juiz responsável pelo caso impugnou o valor da causa que era de R$ 50 mil e multa diária de mil reais a cada nova ocupação e devolveu o processo a universidade. Dessa vez, segundo os estudantes, o argumento na reitoria é de que o processo tem que continuar para que eles não tentem novos protestos.Desde a notificação que os envolvidos no caso se mobilizam. Além de fazer contestação, eles acompanham o processo junto ao Ministério Público Federal e buscam a imprensa para denunciar o abuso.
Eles criticam a postura da universidade e dizem que quase 300 universitários ocuparam a reitoria e participaram da mobilização, mas apenas os que estiveram na reunião com o MPF foram punidos. “Esse tipo de processo não vai coibir a luta estudantil. Independente de a Ufal querer ou não a luta não vai parar”, garantiu Esio Melo de Andrade, um dos estudantes processados.O universitário disse que o processo não tem sentido, pois pede reintegração de posse só que foram notificados duas semanas após deixarem a reitoria e dois deles sequer receberam a intimação.
Outro fator para invalidar a causa, diz, é que eles apresentaram uma declaração de nada consta expedida pela reitoria. “Não danificamos nada, nem comentemos nenhum crime, apenas reivindicávamos nossos direitos e isso não é motivo para punição”, criticou Andrade ao acrescentar que esta é uma atitude ditatorial e que não vai conseguir coibir a ação dos estudantes por melhorias.Os universitários processados Jonatas da Silva Barbosa, Esio Melo de Andrade, Danyel Maxuel de Souza, Bruno Calheiros de Melo, Tulio Avelino Teles de Andrade, Fernanda Mota e José Cícero Fernandes da Silva Filho participaram da manifestação [do DCE] que fez defesa pública de uma carta aberta com 50 reivindicações, numa reunião que contou com a então reitora Ana Dayse e o Ministério Público Federal. E também estiveram na ocupação da reitoria.
RETROCESSO
Em reunião na Ufal o DCE gravou um vídeo no qual a vice-reitora Raquel Rocha faz alusão ao Departamento de Ordem Política e Social (DEPS), órgão da Ditadura Militar (1964-1986) criado para controlar e reprimir movimentos políticos. Na ocasião, a posição da educadora foi contestada pelo diretório acadèmico. “Quem pratica esse tipo de atitude [protesto estudantil] tem de arcar com as responsabilidades, e aqui não tem mais criança. No meu tempo, os alunos sentiam-se orgulhosos por terem seus cadastros no DOPS.
Atualmente, quando os alunos são responsabilizados pelos seus atos, todos se afrouxam”, criticou a vice-reitora. A reportagem do Extra entrou em contato com assessoria de comunicação da Ufal que ficou de se posicionar, mas até o fechamento da edição ninguém retornou a ligação
Fonte: Extra Alagoas
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