As duas
instituições federais de Ensino Superior da região decidiram na quinta-feira
(26) pela continuidade da greve de professores, que já dura 73 dias. A maior
parte dos cerca de 200 docentes da UFABC (Universidade Federal do Grande ABC) e
dos 63 da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) que participaram das
assembleias locais rejeitou a proposta apresentada pelo governo na terça-feira.
Os educadores consideram que o documento não atende a principal reivindicação da
categoria: a reestruturação da carreira.
As duas
instituições da região somam 630 professores paralisados e 12 mil estudantes
sem aula.
A assembleia de
docentes da UFABC contou com a presença do reitor da instituição. Hélio Waldman
foi um dos 16 professores que se manifestaram contrários à continuidade da
greve por entender que a reestruturação da carreira é tema complexo, que deve
ser discutido durante o período letivo. Waldman ressaltou que a paralisação é
um direito da categoria, mas vem trazendo prejuízos para alunos e professores.
O reitor, no
entanto, reconhece que o plano de carreira dos docentes federais tem problemas
conceituais, mas acredita que a discussão acerca das melhorias deve ser feita
de forma individual, tendo em vista a característica heterogênea das
universidades. "Não vejo problema em discutir plano de carreira por mais
de um ano."
A maior parte
dos grevistas considera que a proposta traz apenas dois progressos: a
diminuição de 17 para 13 níveis salariais e a incorporação do professor
titular, que corresponde ao topo da carreira docente.
Há receio,
entretanto, de que as melhorias possam ser modificadas nos GTs (Grupos de
Trabalho) propostos pelo governo, explica o presidente da Adufabc (Associação
dos Docentes da UFABC), Armando Caputi. "Aceitar os GTs é assinar cheque
em branco, porque o governo terá maioria nesses grupos que têm natureza
deliberativa."
Apesar do
projeto aumentar os recursos disponíveis, de R$ 3,9 bilhões para R$ 4,2 bilhões
em três anos, e promover alguns ajustes na tabela, ainda há descontentamento,
observa a presidente da Adunifesp (Associação dos Docentes da Unifesp),
Virgínia Junqueira. "Pela proposta, o salário inicial do professor doutor
na universidade federal em dedicação exclusiva em 2015 será de R$ 8.639, sendo
que um docente da universidade estadual ganha atualmente R$ 8.715."
Outro ponto que
não está de acordo com o proposto pelo Andes (Sindicato Nacional dos Docentes
das Instituições de Ensino Superior) é a variação salarial entre os níveis
remuneratórios. Enquanto o sindicato reivindica 5%, na proposta do governo o
índice varia de 1% a 12%, diz Virgínia.
Estão em greve
58 das 59 universidades federais do País e até agora apenas a Ufscar
(Universidade Federal de São Carlos) votou pelo fim da greve. A próxima reunião
entre Andes e governo está marcada para o dia 1º, às 21h.
Terreno para campus
em Mauá passa por avaliação ambiental
A área cotada
para receber o campus da UFABC (Universidade Federal do ABC) em Mauá, no Parque
São Vicente, e que pertence ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social),
passa por estudo ambiental. Segundo o reitor, Hélio Waldman, o resultado da
análise deve ficar pronto dentro de um mês.
A
empresa de consultoria Descartes, contratada pela instituição, começou a
avaliar o terreno em abril.
Segundo
Waldman, após liberação da área, o próximo passo será definir a compra do
terreno de 130 mil m², reavaliado pela Caixa Econômica Federal em R$ 42,6
milhões - o pedido inicial era de R$ 50,2 milhões. "Se o MEC (Ministério
da Educação) não liberar o dinheiro, vamos levar esta questão para o Conselho
Universitário."
O imbróglio para
construção do campus em Mauá se arrasta desde 2010. O reitor explica que a
demora se deve ao fato de haver prioridade na conclusão dos projetos iniciais
dos campi Santo André e São Bernardo.
Fonte: Diário do Grande ABC
Nenhum comentário:
Postar um comentário