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Campus da
UFRJ, na Praia Vermelha, RJ: universidades federais continuam em greve
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A mobilização
dos servidores federais no estado do Rio de Janeiro, que varia da paralisação
completa de atividades à interrupção de alguns serviços, tem aumentado nas
últimas duas semanas com adesão de setores ligados às pastas da Cultura e da
Fazenda. Representações dos trabalhadores prometem uma mobilização mais forte
neste mês de julho, quando deve ser alterada a remuneração e a estrutura de
diversas carreiras.
As categorias em
greve ainda podem ganhar novas adesões. Desde hoje (02), por exemplo, o
sindicato que representa os funcionários das agências reguladoras federais
também decretou estado de greve, condição necessária para a paralisação de
atividades.
As mobilizações
ocorrem desde o final de maio, tendo maior participação das universidades
federais. Segundo Vicente Oliveira do Carmo, sindicalista ligado ao Ministério
da Cultura, “nós estamos na verdade construindo a greve com cada setor, por
tempo indeterminado”.
Nos
próximos dias, deve ser votada a Medida Provisória (MP) 568/2012, que
reajusta salário dos servidores federais.
Por
causa de um erro que provocou redução de salários de médicos
e profissionais da saúde, o governo prometeu correção no texto
original.
A MP é o item
único para discussão na pauta da Câmara dos Deputados para esta semana. As
categorias administrativas pedem reposição em torno de 22% de perdas salariais.
O principal
sindicato da categoria no estado, o Sindicato dos Trabalhadores do Serviço
Público Federal no Estado do Rio de Janeiro (Sintrasef), informou que 13 órgãos
federais têm servidores participando das mobilizações. A entidade informou, por
meio de sua assessoria, contar com uma base de cerca de cem mil servidores,
entre ativos e inativos.
Segundo os
sindicalistas, houve paralisação das atividades em órgãos como o Ministério da
Agricultura, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama), o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
(Incra) e de servidores administrativos da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e
da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), além de setores do Ministério
da Saúde e do Ministério da Fazenda.
Há mobilização
ainda no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS), que
decretou estado de greve, no Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e
Tecnologia (Inmetro), no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
(Dnit) e no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Inpi), com graus
variados de adesão e suspensão de atividades.
O sindicato
indicou ainda que os funcionários do Departamento do Fundo da Marinha Mercante
decidirão sua posição nesta segunda-feira. A partir de amanhã, os funcionários
administrativos do Arquivo Nacional pararão as atividades. Também nesta
terça-feira, os servidores do Ministério da Cultura decidirão pela continuidade
ou paralisação das atividades, a partir de reunião em Brasília.
O Ministério da
Saúde e a Polícia Rodoviária Federal não confirmaram as paralisações. A
assessoria do Ministério da Saúde informou apenas que, “devido à paralisação de
parte da categoria dos servidores, os serviços de alguns ambulatórios foram
interrompidos” no Hospital Federal Cardoso Fontes (HFCF).
O Conselho
Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) informou que a
categoria não prevê mobilização ou suspensão de atividades para os próximos
dias. Os médicos realizaram manifestações em maio e junho contra pontos da MP
que alteram a remuneração da categoria.
Nas quatro
universidades federais do estado, também há movimentos de paralisação,
atingindo principalmente as atividades administrativas e de ensino. Segundo o
Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal Fluminense (Sintuff), o
Hospital Universitário Antonio Pedro (Huap-UFF) mantém atendimento apenas para
os serviços essenciais.
“A universidade
está bastante esvaziada e a gente tem participado de ações com os funcionários
da [Universidade Federal do Rio de Janeiro] UFRJ e da [Universidade Federal
Estadual do Rio de Janeiro] UniRio. Há o entendimento de que, se não houver uma
unificação destas greves, o governo vai continuar jogando duro e não
apresentando nenhuma proposta junto às categorias”, afirmou Marcello Bertolo,
assessor de imprensa do Sintuff.
Segundo a
professora Elisabeth Orletti, do comando de greve da UniRio, há manifestações
previstas com a participação das três instituições de ensino federal para esta
semana, além de atividades para angariar fundos. A docente afirma que o
movimento também tem conversado com os representantes dos servidores federais
não ligados às universidades, com resultados expressivos.
De acordo com a
professora da UniRio, 80% da universidade estão parados e o calendário
acadêmico foi suspenso. “Seguimos com a greve mais forte, pressionando o
governo Dilma a retomar as negociações”, informou Elisabeth. Segundo ela, as
atividades dos servidores estão paralisadas por tempo indeterminado.
Segundo a
administração da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), as
atividades de pesquisa seguem normais, ao passo que o Hospital Veterinário,
pertencente à instituição, está paralisado há duas semanas. A assessoria de
imprensa da UniRio informou não haver paralisação no Hospital Universitário
Gaffrée e Guinle, segundo decisão dos próprios servidores, e que há cursos
funcionando e outros parados.
Fonte: Agência Brasil
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