quarta-feira, 11 de julho de 2012

Ato no Rocha Faria repudia privatização de hospitais do estado


Mesmo envolvido no escândalo Cachoeira-Delta, o governador do estado, Sérgio Cabral Filho prepara-se para privatizar os hospitais da rede pública estadual, entregando-os a grupos particulares, disfarçados com o nome de fundações de direito privado. Para protestar contra este processo de privatização, os servidores do Hospital Rocha Faria, em Campo Grande, fizeram ato público, na última segunda-feira (9), em frente à unidade.
Durante a manifestação, a diretora do Sindsprev/RJ, Clara Fonseca, condenou as privatizações que visam beneficiar planos de saúde e outros grupos privados, sendo, ainda, uma ameaça à gratuidade. Lembrou que para justificar a entrega dos hospitais às fundações - no caso do Rocha Faria, a Fundação Saúde - Cabral ampliou o sucateamento das unidades, asfixiando-as financeiramente, desviando parte dos recursos do setor, e, com isto, deixando-as sem as mínimas condições de trabalho e atendimento, prejudicando diretamente os servidores e a população.
Pelas beiradas
Clara disse que a privatização do Rocha Faria está prevista para ser feita aos poucos, começando pela Emergência, inicialmente pela chamada Sala Verde, setor que atende casos com pequeno risco de vida. O que deverá acontecer a partir do próximo dia 18. Depois serão entregues as Salas Amarela e Vermelha. “A secretaria estadual de saúde ameaça colocar em disponibilidade os servidores estatutários, numa atitude de claro autoritarismo e ilegalidade. Quem decidir migrar para a fundação, perde vários direitos que tem como servidor, como o direito à estabilidade, sendo obrigado a cumprir uma jornada ainda mais extensa”, afirmou.
Além disto, com a privatização está ameaçado o direito à gratuidade do atendimento. “Em São Paulo, os deputados ligados ao governador José Serra, ao PSDB e partidos aliados, aprovaram projeto que permite ao governo passar a cobrar pelo atendimento em 25% dos serviços prestados. É o começo da transformação da saúde pública e gratuita e do Sistema Único de Saúde (SUS), em clínicas privadas”, afirmou, frisando que a saúde é um dever do Estado e um direito do cidadão. “Essa responsabilidade não pode ser transferida para empresários”, disse.
Coveiro de hospitais
Clara acrescentou que estão sendo entregues à iniciativa privada o Instituto de Cardiologia (Iecac), o Hemo Rio e o Instituto Estadual de Tratamento de Diabetes (Ied). Também estão na lista as grandes unidades, como Hospital Getúlio Vargas (cujos servidores fazem assembleia nesta quinta-feira), Eduardo Rabelo, Saracuruna, Azevedo Lima e Albert Shweitzer.
O Sindsprev/RJ vai denunciar e resistir a mais esta entrega do patrimônio público que está sendo feita não apenas por Cabral e seu partido, o PMDB, mas também pelo governo Dilma Roussef, do PT, partido que, no governo Fernando Henrique Cardoso, se colocava contra as privatizações; e pelo prefeito Eduardo Paes, também do PMDB. A dirigente frisou que Cabral já fechou os hospitais Anchieta e Pedro II, após um estranho incêndio, desativou o Hospital São Sebastião e planeja implodir o Hospital do Iaserj; Dilma criou a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSRH) para privatizar os hospitais federais, já tendo feito isso, primeiramente com os das universidades; e o prefeito Eduardo Paes, está repassando as unidades municipais para empresas travestidas de organizações sociais.
Fonte: Sindsprev

Um comentário:

  1. As Organizações Sociais vem para melhorar a saúde pública e não para privatiza-las. O Objetivo é acabar com a falta de médicos e funcionários entre outros problemas. As OS podem não acabar com todos os problemas, mas vão com certeza ajudar!

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