quarta-feira, 11 de julho de 2012

Saúde federal faz ato e passeata responsabilizando Dilma (PT) pela greve


Os servidores da saúde federal do Rio de Janeiro mostraram a força da greve da categoria, num ato unificado, ontem terça-feira (10), pela manhã, em frente ao Hospital Cardoso Fontes (Jacarepaguá). Por volta das 11 horas, percorreram em passeata a Estrada Grajaú-Jacarepaguá, denunciando à população a intransigência do governo Dilma Roussef, que no dia 19/06 suspendeu as negociações da campanha salarial unificada do funcionalismo federal.
Participaram do ato e da passeata servidores dos hospitais da Lagoa, Ipanema, Bonsucesso, Andaraí, Into, Cardoso Fontes e Policlínica Piquet Carneiro. A greve da saúde federal, que também conta com a adesão do Hospital de Cardiologia de Laranjeiras, foi deflagrada em mais oito estados e faz parte da paralisação nacional dos servidores públicos federais, iniciada dia 18 de junho como resposta ao governo, que rejeitou toda a pauta de reivindicações apresentada pela categoria, em janeiro.
É greve, é greve, é greve...
Durante toda a passeata foram feitas críticas ao governo Dilma, responsabilizando-o pela deflagração da greve do funcionalismo público federal, e dando um recado de que o movimento vai continuar até que as negociações sejam retomadas e atendida a pauta da campanha salarial. As palavras de ordem lembraram isso: “É greve, é todo o dia, porque a Dilma não negocia” e “Saúde, na rua, Dilma a culpa é sua”. 
A diretora do Sindsprev/RJ Lúcia Pádua lembrou que, além das reivindicações salariais, como reajuste de 22,08%, política salarial de reposição e aumento real, e as específicas da saúde, como aprovação da nova carreira, 30 horas, entre outras, os servidores querem o fim do sucateamento dos serviços públicos que, no caso da saúde, vem provocando a morte de pacientes.

Também diretora do Sindicato, Cristiane Gerardo frisou que a redução das verbas para a saúde faz parte do processo de preparação dos hospitais para a privatização, como já vem ocorrendo nos hospitais administrados por aliados de Dilma, como o governador Cabral Filho e o prefeito Eduardo Paes. A deputada Janira Rocha e o membro da Executiva do PSOL, Jefferson Moura, disseram que estão fazendo articulações com parlamentares federais do partido com o objetivo de reabrir as negociações entre o Comando Nacional de Greve dos Servidores Federais e o governo. “A administração Dilma Roussef tem que agir com responsabilidade, deixar de lado a intransigência e voltar à mesa de negociação, em respeito aos servidores, com salários congelados há mais de 10 anos, e à população”, afirmou Janira.
Desvio de recursos
Janira lembrou, durante a passeata, que o sucateamento dos hospitais é fruto, ainda, da corrupção generalizada. Citou levantamento da Controladoria Geral da União (CGU) que comprovou que 70% dos recursos federais destinados ao setor saúde, de estados e municípios, são desviados para a corrupção.
Durante todo o trajeto, a passeata foi acompanhada por policiais militares armados com fuzis. Apesar do forte armamento, o único incidente ficou por conta da exigência descabida do tenente Bruno, do 18º BPM, de que o carro de som do Sindsprev/RJ ‘andasse em maior velocidade’. Diretores do Sindicato e a deputada Janira chamaram a atenção do policial. A parlamentar lembrou que foi feito um acordo prevendo que a passeata seguiria pela Grajaú-Jacarepaguá sem a interferência da PM. Como o oficial insistisse, a deputada, após se identificar, chamou-o de abusado. Vendo que não conseguiria atingir seu objetivo, o militar se afastou.
Fonte: Sindsprev

Nenhum comentário:

Postar um comentário