Os servidores da saúde federal do Rio de
Janeiro mostraram a força da greve da categoria, num ato unificado, ontem
terça-feira (10), pela manhã, em frente ao Hospital Cardoso Fontes
(Jacarepaguá). Por volta das 11 horas, percorreram em passeata a Estrada
Grajaú-Jacarepaguá, denunciando à população a intransigência do governo Dilma
Roussef, que no dia 19/06 suspendeu as negociações da campanha salarial
unificada do funcionalismo federal.
Participaram do ato e da passeata
servidores dos hospitais da Lagoa, Ipanema, Bonsucesso, Andaraí, Into, Cardoso
Fontes e Policlínica Piquet Carneiro. A greve da saúde federal, que também
conta com a adesão do Hospital de Cardiologia de Laranjeiras, foi deflagrada em
mais oito estados e faz parte da paralisação nacional dos servidores públicos
federais, iniciada dia 18 de junho como resposta ao governo, que rejeitou toda
a pauta de reivindicações apresentada pela categoria, em janeiro.
É greve, é greve, é greve...
Durante toda a passeata foram feitas
críticas ao governo Dilma, responsabilizando-o pela deflagração da greve do
funcionalismo público federal, e dando um recado de que o movimento vai
continuar até que as negociações sejam retomadas e atendida a pauta da campanha
salarial. As palavras de ordem lembraram isso: “É greve, é todo o dia, porque a
Dilma não negocia” e “Saúde, na rua, Dilma a culpa é sua”.
A diretora do Sindsprev/RJ Lúcia Pádua lembrou que, além das reivindicações
salariais, como reajuste de 22,08%, política salarial de reposição e aumento
real, e as específicas da saúde, como aprovação da nova carreira, 30 horas,
entre outras, os servidores querem o fim do sucateamento dos serviços públicos
que, no caso da saúde, vem provocando a morte de pacientes.
Também diretora do Sindicato, Cristiane
Gerardo frisou que a redução das verbas para a saúde faz parte do processo de
preparação dos hospitais para a privatização, como já vem ocorrendo nos
hospitais administrados por aliados de Dilma, como o governador Cabral Filho e
o prefeito Eduardo Paes. A deputada Janira Rocha e o membro da Executiva do
PSOL, Jefferson Moura, disseram que estão fazendo articulações com
parlamentares federais do partido com o objetivo de reabrir as negociações
entre o Comando Nacional de Greve dos Servidores Federais e o governo. “A
administração Dilma Roussef tem que agir com responsabilidade, deixar de lado a
intransigência e voltar à mesa de negociação, em respeito aos servidores, com
salários congelados há mais de 10 anos, e à população”, afirmou Janira.
Desvio de recursos
Janira lembrou, durante a passeata, que o
sucateamento dos hospitais é fruto, ainda, da corrupção generalizada. Citou
levantamento da Controladoria Geral da União (CGU) que comprovou que 70% dos
recursos federais destinados ao setor saúde, de estados e municípios, são
desviados para a corrupção.
Durante todo o trajeto, a passeata foi
acompanhada por policiais militares armados com fuzis. Apesar do forte
armamento, o único incidente ficou por conta da exigência descabida do tenente
Bruno, do 18º BPM, de que o carro de som do Sindsprev/RJ ‘andasse em maior
velocidade’. Diretores do Sindicato e a deputada Janira chamaram a atenção do
policial. A parlamentar lembrou que foi feito um acordo prevendo que a passeata
seguiria pela Grajaú-Jacarepaguá sem a interferência da PM. Como o oficial
insistisse, a deputada, após se identificar, chamou-o de abusado. Vendo que não
conseguiria atingir seu objetivo, o militar se afastou.
Fonte:
Sindsprev

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