Em seu primeiro ato de greve, deflagrada na
manhã desta terça-feira, agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia
Federal em São Paulo entregaram suas armas e distintivos na sede da
Superintendência Regional, na zona oeste da capital. A paralisação ocorre no
Distrito Federal e mais 25 Estados do País - os policiais do Rio de Janeiro
fariam uma assembleia no início da tarde de hoje para decidir sua adesão ao
movimento. A principal reivindicação dos grevistas é uma reestruturação das
carreiras, por meio do reconhecimento e remuneração compatíveis com funções de
nível superior.
"O primeiro ato da greve foi a entrega
simbólica de armas e distintivos, para sinalizar que nosso movimento é pacífico
e para mostrar a desmotivação com o governo que vem tratando a gente de forma
não amigável", afirmou Alexandre Santana Sally, presidente do Sindicato
dos Servidores Públicos Civis Federais do Departamento de Polícia Federal no
Estado de São Paulo (Sindpolf-SP).
Segundo ele, o efetivo mínimo de 30%
exigido por lei seria mantido, mas serviços como emissão de passaportes,
fiscalização de empresas de segurança e escolta de presos seriam prejudicados.
"Nossa intenção não é prejudicar, mas vão ocorrer transtornos",
afirmou Sally.
Na tarde desta terça-feira, no aeroporto de
Guarulhos, na Grande SP, os grevistas fariam uma caminhada junto a funcionários
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do ministério da
Agricultura e da Receita Federal. Na quinta-feira à tarde, os agentes fariam
operação padrão no mesmo aeroporto. No dia seguinte, uma assembleia decidiria
os rumos do movimento.
Serviços
afetados
Além da emissão de passaportes e serviços
ao público, as operações de combate a quadrilhas da Polícia Federal deveriam
ser prejudicadas com a paralisação. "Claro que se uma investigação de um
ano tiver apontado para um carregamento de 500 kg de maconha que pode ser
apreendido, o trabalho não deixará de ser feito", afirmou Marcos Wink,
presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef). Segundo ele,
somente as novas operações e investigações menores devem ser afetadas.
A emissão de passaportes, continuou o
presidente do sindicato, será feita só em casos de urgência e necessidade, por
exemplo quando as viagens para o exterior já estiverem marcadas. As reuniões e
entrevistas deveriam ser reagendadas. "O que a gente tem orientado os
colegas de sindicatos estaduais é para minimizar o transtorno causado ao
público. Temos um bom conceito junto à sociedade, e queremos que eles entendam
o nosso problema, não prejudicá-los", afirmou Wink. Serviços como guarda
de presos, plantões nas delegacias, segurança em prédios e programas de
proteção a testemunhas, segundo ele, seriam mantidos.
Já em fronteiras, portos e aeroportos, os
grevistas devem acordar em fazer operações-padrão em horários específicos. No
aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, a paralisação parcial seria diária,
afirmou Wink. Já em São Paulo, a operação-padrão ocorreria a partir das 16h30
de quinta-feira.
Nenhum comentário:
Postar um comentário