O governo federal reafirmou ontem, sexta-feira(24) que não negociará propostas diferenciadas para cada categoria em greve. Ainda assim, Receita e polícias Federal e Rodoviária rejeitaram a proposta de 15,8% de reajuste, oferecida pelo Ministério do Planejamento aos servidores federais em greve. Eles decidiram manter a paralisação por tempo indeterminado.
Na quinta-feira(23), os 27 sindicatos filiados à Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) decidiram manter a paralisação. A Fenapef mostra-se instafisfeita com a ‘proposta genérica’, uma vez que não atende à reivindicação de reestruturação da carreira. Eles afirmam que agentes, escrivães e papiloscopistas têm atribuições de nível superior, no entanto, recebem como carreiras de nível médio.
“Já abrimos mão da questão salarial. Propusemos não ganhar reajuste no ano que vem, mas queremos ser inseridos numa tutela de nível superior em 2014. Somos a única carreira de nível superior que recebe como nível médio”, afirma o presidente da Fenapef, Marcos Wink.
De acordo com Marcos, os agentes seguem negociando com o Ministério do Planejamento e, apesar de continuarem em greve, não devem realizar grandes manifestações nos próximos dias. Ele lembra que, por não buscarem reajuste para o ano que vem, não estão limitados a fazer greve até o dia 31 de agosto – data limite para o governo federal encaminhar o Projeto de Lei do Orçamento para 2013 ao Congresso Nacional.
Já os delegados federais no Rio rejeitaram, por unanimidade, a proposta de reajuste salarial que aumentaria seus vencimentos em 15%, com parcelas de 5% anuais, em 2013, 2014 e 2015. Em nota, o Sindicato dos Delegados da Polícia Federal no Rio de Janeiro (SINDPFRJ) criticou a postura da União, que não negociou, mas apenas impôs 'índices e condições, como também de restrições às mobilizações, cortes integrais de ponto e exemplares penalizações administrativas'.
No caso da PRF, a greve prejudica as operações de rotina e atendimento nas estradas. A FenaPRF estima que 70% da categoria seguirá paralisada, cumprindo a determinação por lei de manter 30% do efetivo nos postos de fiscalização em rodovias. Os agentes só devem realizar atendimentos em casos de urgência.
Já na Receita Federal, 98% dos auditores rejeitaram a proposta do governo em assembleia nacional realizada esta semana. Ficou acertada também nova paralisação de 72h ,nas zonas secundárias, nos dias 28 e 29. Amanhã, o Sindifisco tem encontro marcado no Ministério do Planejamento.
Confira, na íntegra, o comunicado do SINDPFRJ:
"Ontem (23), reunidos em Assembleia, os Delegados Federais do Rio de Janeiro rejeitaram, por unanimidade, a proposta do reajuste em 3 parcelas anuais de 5%, em 2013, 2014 e 2015.
Os Delegados compararam o índice oferecido com a inflação divulgada pelo IBGE, que acusa uma alta acumulada, em 2012, de 4,16% no Rio de Janeiro, e de 5,37% (nacional), nos últimos 12 meses. As despesas com alimentação, habitação, vestuário, saúde e educação já apresentam, cada uma, uma alta acumulada superior a 6% no ano (2012).
Assim, a parcela oferecida de 5% em 2013, sequer cobriria a inflação de 2012, e muito menos o que já foi perdido desde o último reajuste salarial. A classe apresentou uma contraproposta ao governo, na qual apenas reivindica a reposição das perdas inflacionárias desde 2009, também em parcelas para facilitar a negociação.
Na avaliação dos delegados, além do reajuste oferecido pelo governo ser bem menor do que a perda salarial, a proposta pretende, com ela, “calar” o servidor pelos próximos 3 anos!
Outro ponto observado é que, até o momento, não houve negociação e diálogo da parte do governo, mas apenas imposição de índices e condições, como também de restrições às mobilizações, cortes integrais de ponto e exemplares penalizações administrativas.
O governo, ao contrario do que foi visto na campanha eleitoral presidencial, agora aposta todas as fichas na estratégia de que o MEDO VENCERÁ A ESPERANÇA!"
Fonte: Jornal do Brasil
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