sábado, 25 de agosto de 2012

PF-RJ decide manter greve; passaportes são prejudicados


Os delegados federais fluminenses, em assembleia nesta sexta-feira, decidiram, por unanimidade, rejeitar a proposta do governo do reajuste em três parcelas anuais de 5% em 2013, 2014 e 2015. A greve de escrivães, agentes e papiloscopistas da Polícia Federal (PF) do Rio de Janeiro, que conta com a adesão total dos servidores, completou 17 dias hoje com a paralisação de serviços como a emissão e entrega de passaportes.
De acordo com o agente especial e membro do comando de greve da PF do Rio, Gilberto Costa, todos os servidores têm do mesmo objetivo, que é o reconhecimento da carreira, pelo governo, como sendo de nível superior. "Nós estamos numa luta por esta reestruturação, reivindicando nossos direitos e negociando com o governo. Não desejamos prejudicar a população. Queremos o reenquadramento da nossa carreira nas características de todas aquelas de nível superior", afirmou.
Segundo Costa, a emissão de passaportes continua ocorrendo apenas para casos emergenciais. De acordo com o agente, o prazo normal para a retirada do documento seria de 90 dias. Após este período, o documento seria cancelado. Contudo, com a greve, as condições foram alteradas. "A pessoa vem aqui, apresenta o recibo, e retira o passaporte. Para quem tem viagem marcada, o passaporte está sendo entregue. Para viagens a trabalho, está sendo feito também", afirmou.
Costa disse ainda que a chamada operação padrão, que realiza vistoria em todos os passageiros nos aeroportos, não está acontecendo. "A Justiça determinou a sua proibição. Esta operação deveria ser feita sempre e não a vistoria por amostragem, como é feita hoje. Se você tivesse um efetivo maior isso poderia ocorrer. Em qualquer aeroporto nos Estados Unidos, todos são vistoriados de forma rigorosa, principalmente depois dos atentados de 11 setembro", explicou.
Na próxima segunda-feira, a categoria deverá fazer assembleias em todo o País para decidir sobre a continuidade do movimento, e também avaliar as propostas do governo.
O movimento grevista
Iniciados em julho, os protestos e as paralisações de servidores de órgãos públicos federais aumentaram no mês de agosto. Pelo menos 25 categorias estão em greve, tendo o aumento salarial como uma das principais reinvindicações. De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), o movimento atinge 28 órgãos, com 370 mil servidores sem trabalhar. O número, no entanto, é contestado pelo governo.
Estão em greve servidores da Polícia Federal, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Arquivo Nacional, da Receita Federal, dos ministérios da Saúde, do Planejamento, do Meio Ambiente e da Justiça, entre outros. O Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências) informou que dez agências reguladoras aderiram ao movimento.
O Ministério do Planejamento declarou que está analisando qual o "espaço orçamentário" para negociar com as categorias. O governo tem até o dia 31 de agosto para enviar o projeto de lei orçamentária ao Congresso Nacional. O texto deve conter a previsão de gastos para 2013.
No dia 25 de julho, a presidente Dilma Rousseff assinou decreto para permitir a continuidade dos serviços em áreas consideradas delicadas. O texto prevê que ministros que comandam setores em greve possam diminuir a burocracia para dar agilidade a alguns processos, além de fechar parcerias com Estados e municípios para substituir os funcionários parados.
Fonte: Terra

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