terça-feira, 21 de agosto de 2012

Para sindicatos, greve dos técnicos administrativos não está no fim


Diferentemente do informado pelo Ministério da Educação em seu site no domingo (19), os sindicatos representantes dos técnico-administrativos das instituições de ensino federais negam que os servidores estejam sinalizando encerrar a greve. A decisão de continuar ou não a paralisação será tomada em assembleias realizadas ao longo desta semana por todo o País.
O MEC publicou notícia em seu site oficial dizendo que, após a última rodada de negociações, a Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra) havia sinalizado retorno aos trabalhos e que a expectativa era de assinatura formal do acordo na quarta-feira, 22, após a reunião das assembleias sindicais regionais. Na reportagem, o representante do ministério nas negociações, o secretário de Educação Profissional e Tecnológica, Marco Antônio Oliveira, disse que estava otimista com a disposição demonstrada pelos dirigentes da entidade sindical em fechar o acordo.
Gibran Ramos
O coordenador-geral da Fasubra, Gibran Ramos, rebateu com veemência a informação. Ele diz que são as assembleias que vão decidir "democraticamente", nesta segunda e terça-feira, os rumos do movimento. "O Comando Nacional de Greve da Fasubra irá acatar o que a maioria das mais de 50 assembleias de base decidirem. Se a decisão da maioria for de rejeitar a proposta, continuaremos em greve. Se for de assinar a proposta, iremos encaminhar a assintura do acordo." Ramos afirma que as propostas apresentadas pelo governo ainda não são suficientes.
O governo federal propõe um reajuste de 15,8% em três parcelas até 2015 e, posteriormente, passou a admitir melhora nos índices de progressão de carreira, de 3,6% para 3,8%, e nos distintivos de qualificação, que permitem ao servidor ganhar um adicional por conta da conclusão de cursos de graduação, especialização, mestrado e doutorado.
Segundo o coordenador-geral do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), Gutemberg Almeida, a posição oficial da entidade também só será conhecida na quarta-feira, quando os delegados enviados por cada seção estadual irão reproduzir o que foi decidido nas assembleias. "Pelo que estou percebendo, a maioria é contra as atuais propostas de ajuste", diz. Ele afirma que o sindicato ainda não está satisfeito com os porcentuais de reajustes e com alguns pontos da negociação, como a impossibilidade dos técnicos se candidatarem a cargos de reitoria e a não redução da carga horária de trabalho.
Na semana passada, o ministro da Educação, Aloízio Mercadante, havia dito, em entrevista ao Estado, que esperava que o acordo já fosse feito na última quinta-feira, mas as negociações fracassaram. O MEC reafirmou que a negociação com os docentes está encerrada.
O MEC informou, após a publicação desta reportagem, na noite desta segunda-feira, 20, que os câmpus de algumas universidades e institutos federais já começaram a deliberar pelo fim da paralisação. Entre as universidades estão as de Roraima, Piauí, Amazonas, Pelotas e Minas Gerais, Goiás e do Recôncavo Baiano. Já entre os institutos estão os de Brasília, Pernambuco, Paraná, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Triângulo Mineiro, Santa Catarina, Maranhão. Piauí, Sul de Minas e Sertão de Pernambuco.
A Fasubra comunicou que não vai comentar a lista informada pelo MEC e que só vai se posicionar quando as mais de 50 unidades decidirem sobre a questão.
Fonte: O Estado de S.Paulo

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