sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Servidores em greve entram em conflito com policiais em Brasília



Servidores em greve organizaram, nesta quinta-feira, mais um protesto em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília. Na ocasião, houve início de conflito com policiais militares. Cerca de 500 grevistas do Poder Judiciário e do Ministério Público participaram da manifestação, de acordo com a Polícia Militar (PM).
A confusão começou depois que um dos manifestantes derrubou uma parte da grade de proteção instalada na Praça dos Três Poderes para impedir o acesso de grevistas ao prédio no qual trabalha a presidente Dilma Rousseff. A polícia reagiu e houve empurra-empurra. Os policiais usaram gás de pimenta para dispersar o tumulto e os manifestantes responderam atirando pedras e bandeiras. De acordo com o tenente-coronel da PM Antônio Carlos, comandante da operação, ninguém ficou ferido e o manifestante, detido por derrubar a grade, foi liberado em seguida.
Os servidores do Judiciário reivindicam reajuste médio de 32% e reestruturação dos planos de carreira. De acordo com o coordenador-geral do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário e do MPU no Distrito Federal (Sindijus), Jailton Assis, a categoria está há seis anos sem aumento, nem reposição de perdas da inflação. "Os servidores estão no limite. Toda vez que vamos negociar, o governo diz que não tem dotação orçamentária. O salário inicial da nossa categoria é R$ 6 mil. Outras carreiras começam em R$ 12mil ou R$ 13 mil", comparou.
A segurança do Palácio do Planalto foi reforçada durante a manifestação, que durou cerca de uma hora. Homens do Batalhão de Operações Especiais também acompanharam a movimentação. Na última quarta-feira, durante um protesto de trabalhadores rurais, também houve tumulto após a tentativa dos manifestantes se aproximarem do Palácio do Planalto.
O movimento grevista
Iniciados em julho, os protestos e as paralisações de servidores de órgãos públicos federais aumentaram no mês de agosto. Pelo menos 25 categorias estão em greve, tendo o aumento salarial como uma das principais reinvindicações. De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), o movimento atinge 28 órgãos, com 370 mil servidores sem trabalhar. O número, no entanto, é contestado pelo governo.
Estão em greve servidores da Polícia Federal, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Arquivo Nacional, da Receita Federal, dos ministérios da Saúde, do Planejamento, do Meio Ambiente e da Justiça, entre outros. O Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências) informou que dez agências reguladoras aderiram ao movimento.
O Ministério do Planejamento declarou que está analisando qual o "espaço orçamentário" para negociar com as categorias. O governo tem até o dia 31 de agosto para enviar o projeto de lei orçamentária ao Congresso Nacional. O texto deve conter a previsão de gastos para 2013.
No dia 25 de julho, a presidente Dilma Rousseff assinou decreto para permitir a continuidade dos serviços em áreas consideradas delicadas. O texto prevê que ministros que comandam setores em greve possam diminuir a burocracia para dar agilidade a alguns processos, além de fechar parcerias com Estados e municípios para substituir os funcionários parados.
Fonte: Agência Brasil

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