De um total de 35 categorias do serviço público em greve, 30 assinaram acordo ou sinalizaram que vão aceitar a proposta do governo de 15,8% de reajuste salarial, fatiado em três parcelas de 5% ao ano de 2013 a 2015, segundo balanço parcial divulgado nesta terça pelo secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça. Isso representa 90% do universo de servidores que sentaram à mesa de negociação. "É um dado superimportante, a imensa maioria sinalizou que virá assinar o acordo", comemorou o secretário.
O Ministério montou um plantão para receber as adesões até a madrugada desta quarta-feira. Se não houver possibilidade de assinar com todos fisicamente, ele previu que alguns acordos poderão ser firmados ao longo do dia. Nesta terça terminou o prazo para que as categorias em greve aderissem à proposta do governo. No próximo dia 31, a presidente Dilma Rousseff manda ao Congresso a proposta de Orçamento. As categorias que não assinaram a adesão ficarão sem reajuste em 2013. "Quem decidiu não assinar, nós só voltamos a discutir no ano que vem e o impacto ficará para 2014", avisou Mendonça.
Entre os rebelados estão os agentes e servidores administrativos da Polícia Federal, os auditores e analistas da Receita e os servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) convocou assembleia para o próximo dia 30, em Brasília, com os sindicatos em todos os estados para definir o novo calendário de greves e protestos até o final do ano em defesa do plano de carreira. O governo discute um plano de contingência para evitar transtornos à população e pode acionar Forças Armadas, polícias estaduais e a Força Nacional de Segurança Pública.
A folha salarial dos servidores da União totaliza cerca de R$ 150 bilhões hoje. O impacto dos reajuste chegaria a mais de R$ 20 bilhões em três anos, se todos assinassem o acordo. "São folhas muito diferentes e eu prefiro fazer a conta amanhã, quando todas os acordos estiverem fechados", explicou Mendonça. Só com o carreirão, o impacto será de R$ 3,9 bilhões. Com o grupo educação, a conta ficou em R$ 7,1 bilhões.
O secretário informou que a reversão do corte dos dias parados é uma negociação posterior que depende do retorno dos grevistas ao trabalho. "Primeiro, é o término da greve.
Sem sair da greve não tem discussão", avisou. A seguir será discutido o plano de reposição das horas paradas, inicialmente dentro de cada órgão. Ele disse que o processo, por envolver o interesse público, será feito com transparência, mediante divulgação no site de cada órgão, e com acompanhamento da Controladoria Geral da União (CGU).
Fonte: O Estado de S.Paulo
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