Mesmo sob o
risco de enfrentar uma greve geral do funcionalismo, o governo não trabalha com
a possibilidade de garantir reajuste aos servidores públicos em 2013.
A fatura com o
aumento dos três Poderes pode chegar a R$ 92 bilhões por ano, de acordo com o
Ministério do Planejamento.
Segundo a Folha
apurou, a justificativa é a fraca recuperação da economia diante de um cenário
de crise financeira internacional. A equipe econômica já abandonou a meta de
crescimento acima de 4% para este ano e nos bastidores já fala em 2%.
Para assessores
presidenciais, a recuperação de julho será decisiva para definir os rumos da
política econômica e, inclusive, se haverá alguma brecha para conceder a
elevação dos vencimentos. No segundo semestre, o governo deve lançar novas
medidas de incentivo à produção, com desonerações.
Segundo a
Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal, só no Executivo são
350 mil servidores em greve, de 26 categorias em 24 Estados e no DF.
A entidade
questiona as contas do governo e diz que os reajustes pedidos teriam o impacto
anual total de R$ 35 bilhões nas contas da União.
O Planejamento
informou ontem que não há um mapa com a dimensão do movimento grevista, mas o
Planalto reconhece que "há uma unificação progressiva" do movimento
de greve.
Há uma preocupação
com paralisações de Polícia Federal, Receita Federal (por conta das fronteiras)
e Anvisa (pela importação de medicamentos), além do Judiciário devido às
eleições. Nesta semana, servidores da Justiça Eleitoral de 19 Estados ameaçaram
greve na véspera do registro das candidaturas.
Na radiografia
traçada pela equipe econômica, as situações mais delicadas são dos servidores
do Incra, de militares e de ocupantes de cargos comissionados do Executivo, que
não teriam recebido nem a recomposição da inflação nos últimos anos.
Ontem, o
ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) disse esperar
maturidade dos servidores para entender as dificuldades impostas pelo cenário
econômico para os reajustes
Para tentar
conter um efeito dominó de paralisações, o Planejamento sugeriu aos órgãos
federais que cancelem o pagamento dos dias não trabalhados pelos grevistas.
"Orientamos
pela adoção das providências na folha de pagamento para efetuar o corte do
ponto referente aos dias parados", informa a mensagem. Desde o início das
greve, essa foi a primeira vez que a pasta elevou o tom em relação às
paralisações.
"Os
dirigentes devem observar se foram cumpridas as exigências legais, (...)
devendo tomar as providências cabíveis caso seja constatado excesso nas
manifestações", diz o documento.
Fonte: Folha de S. Paulo

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