Após analisar que
ainda não está configurado um quadro para deflagração da greve nacional por
tempo indeterminado dos docentes das Instituições Federais de Ensino (IFE), os
representantes das seções sindicais do Setor das Ifes reunidos em Brasília no
último final de semana (7 e 8) com base nas indicações das assembleias gerais
realizadas em todo o país, decidiram por retirar o indicativo de greve em
junho, e continuar insistindo na retomada de negociações com o Ministério da
Educação (MEC), em torno da pauta de reivindicações protocolada no início do
ano.
"A reunião e o
resultado dela foi mais uma demonstração da prática democrática deste Sindicato
Nacional e expressou a seriedade do movimento docente na construção da luta em
defesa dos seus direitos”, comentou Marina Barbosa Pinto, 1ª secretária do
ANDES-SN e da coordenação do Setor das Ifes.
Durante o debate e
nos encaminhamentos da reunião ficou destacada a solidariedade com as Seções
Sindicais que já deflagraram ou estão em processo de deflagração de greve
local, em decorrência da precarização nas condições de trabalho, como a Federal
de Sergipe (UFS) e o Campus de Serra Talhada da Federal Rural de Pernambuco
(Uferpe). Na Federal do Pará, os docentes deliberaram por fazer três dias de
paralisação.
A orientação do Setor
é também intensificar mobilização frente às reitorias pela negociação das
pautas locais, a ação conjunta com os demais servidores públicos federais em
torno da pauta unificada dos SPF e dar seguimento à luta contra a Empresa
Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e o fundo de pensão para os servidores
públicos (Funpresp).
Os participantes da
reunião indicaram ainda que as seções sindicais participem da organização dos
eventos programados para o período da Copa do Mundo, dentre eles os da Jornada “Na
Copa Vai Ter Luta” em todos os estados.
"Os desafios
centrais daqui para frente serão a ampliação da mobilização e o ritmo de
atividades das seções sindicais na defesa de nossas reivindicações, com ênfase
para a reestruturação da carreira, valorização salarial dos ativos e
aposentados, condições de trabalho e defesa da autonomia, mantida a perspectiva
de construção da greve nacional como importante instrumento de luta para
avançar nestas conquistas”, avaliou Josevaldo Cunha, 1º vice-presidente da
Regional NE2 do Sindicato Nacional e também da coordenação do Setor.
De acordo com o
diretor do ANDES-SN, é preciso seguir pressionando o governo para negociar,
lutar para que as reitorias negociem as pautas locais, mas também atuar junto
com os movimentos gerais que pautam a defesa dos direitos dos trabalhadores.
“Esses movimentos certamente crescerão no período da Copa”, ressaltou Cunha,
lembrando o importante papel que as Seções Sindicais têm também na construção
do Encontro Nacional de Educação, previsto para o início de agosto.
A reunião do Setor
das Ifes contou com a presença de sete diretores nacionais e 60 representantes
de 39 seções sindicais, totalizando 67 presentes. Uma nova reunião foi apontada
para os dias 26 e 27 de junho.
Fonte: ANDES-SN
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