A uma semana da data que deveria marcar o início do período letivo no segundo semestre da Universidade Federal do Piauí (UFPI), as perspectivas não são nada boas para os quase 25 mil alunos da instituição. Amanhã, acontece mais uma rodada de negociação entre o Governo Federal e o comando nacional da greve dos professores, mas a segunda e última proposta apresentada foi rejeitada em boa parte das assembleias estaduais, inclusive aqui no Piauí. Para piorar a situação, os servidores administrativos também estão em greve. Hoje, a paralisação dos servidores completa 75 dias, enquanto a dos servidores chega ao 50º dia.
A UFPI é uma das 57 instituições federais de ensino superior do país onde os professores estão em greve. A próxima rodada de negociação do governo federal com o comando nacional de greve está marcada para amanhã (01/08), ás 20 horas, no Ministério do Planejamento. Segundo a Associação de Docentes da UFPI (Adufpi), a tendência é que a última proposta apresentada seja rejeitada, pois esta foi a decisão na maioria das assembleias estaduais realizadas (inclusive a da Adufpi, que ouviu os professores dos campi de Bom Jesus, Parnaíba, Picos, Floriano e Teresina).
“A proposta não atende as reinvindicações e nem traz alterações substanciais com relação á primeira que foi apresentada. A greve continua e na sexta-feira vamos avaliar o resultado do encontro de amanhã”, afirma o presidente da Adufpi , professor Mário Ângelo. A última proposta apresentada pelo governo previa que o reajuste poderia chegar a 45% ao longo do prazo. No entanto, ele seria menor para os docentes em início de carreira. Segundo o Ministério do Planejamento, essa reestruturação de carreira teria impacto de R$ 3,9 bilhões no orçamento federal.
Sem um acordo com o governo, quem sofre são os alunos da instituição. As matrículas para o segundo semestre estão suspensas e o início das aulas, previsto para o dia 8, ainda não tem uma nova data para acontecer. Com relação ao período passado que deveria ter terminado somente no dia 9 de julho, boa parte das atividades ficaram comprometidas. Apenas 55 dos 100 dias letivos no calendário da instituição foram cumpridos por conta da greve dos docentes e servidores.
A Pró-Reitoria de Ensino e Graduação da UFPI (PREG) informou que um novo calendário deve ser feito após o fim do movimento grevista. Nele estarão estabelecidas as datas para a reposição das aulas do período passado, além dos novos dias de matrícula e início do 2º período letivo. Algumas das disciplinas onde as atividades ficaram mantidas ao longo da paralisação devem ser validadas pela instituição.
PROTESTO- Um ato público nacional vai marcar, hoje, mais uma dia de protesto de quase 25 categorias federais que, assim como os docentes da UFPI, estão em greve. Em Teresina, o ato está previsto para acontecer na Praça Rio Branco, a partir das 9 da manhã. Além da reestruturação da carreira, os servidores federais reivindicam um reajuste salarial de 22%.
O Dia Nacional da Luta está previsto para acontecer nas principais cidades do país. A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef), ligada á Central Única dos Trabalhadores (CUT), informa que há 25 categorias em greve no país atingindo todos os Estados brasileiros. O ato também servirá para protestar contra a decisão da presidente Dilma Rousseff de autorizar o corte do ponto ou a substituição dos grevistas.
UESPI- As aulas no segundo período letivo do ano de 2012 também estão ameaçadas na Universidade Estadual do Piauí (UESPU). Os professores vão se reunir na sexta feira, dia 3, ás 9 horas, no Campus Torquato Neto, zona Norte de Teresina, para debater a possibilidade de não iniciar as aulas e acusam o Governo do Estado de não se interessar pelo andamento das negociações. Em maio deste ano, a categoria permaneceu paralisada por três dias para protestar. Será debatida em reunião a possibilidade de deflagração de greve no início do período letivo, previsto para iniciar em 13 de agosto.
Fonte: 180 Graus