Servidores do Poder Judiciário cruzaram os braços, ontem, em mobilização por aumento salarial. O ato, de 48 horas, continua hoje nos tribunais do Distrito Federal, de São Paulo e do Rio Grande do Sul. Hoje, os servidores de Mato Grosso também vão parar as atividades, por 24 horas. Já em Minas Gerais e no Rio de Janeiro as paralisações de ontem duraram três horas. A Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e do Ministério Público da União (Fenajufe) cobra do governo a aprovação dos Projetos de Lei 6613/2009 e 6697/2009, que tratam da reestruturação de carreiras da categoria e podem resultar em reajuste de 56%.
Cerca de 150 servidores foram à Praça dos Três Poderes pressionar pela votação dos projetos. A manifestação começou em frente ao STF. Segundo o sindicato, 600 pessoas assinaram a lista de presença. Depois, vestidas de preto, se encaminharam ao Palácio do Planalto, onde fecharam a via na direção Avenida das Nações por 15 minutos. Os trabalhadores se reunirão hoje, às 16h, em assembleia atrás do Supremo Tribunal Federal (STF) para votar indicativo de greve por tempo indeterminado a partir do próximo dia 21.
O último reajuste da categoria foi dado em 2006. A presidente usa medidas protelatórias para não colocar o aumento em pauta, afirmou o coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário e do Ministério Público da União no Distrito Federal (Sindjus), Jaílton Assis. Os sindicalistas também reclamam da atuação dos presidentes que passaram pelo STF, mas não conseguiram negociar a votação dos PLs. %u201CJá passaram três presidentes desde que o projeto foi apresentado e até hoje nada, criticou Assis. O STF garantiu que aceleraria as negociações com a categoria, mas o PL 6613 nem sequer entrou na pauta da Comissão de Finanças e Tributação 201, complementou Sheila Tinoco, coordenadora do Sindjus.
Apesar da mobilização, o governo, por enquanto, não deu sinal de que o pleito do Judiciário será atendido. Na última segunda-feira, em audiência na Câmara, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, disse que é muito cedo para fazer qualquer comentário sobre uma definição cujo prazo é agosto, referindo-se À data-limite para definição do orçamento. Nos cálculos do governo, a aprovação dos PLs resultaria em um impacto de R$ 7,7 bilhões nos cofres públicos.
Fonte: Correio Braziliense
Nenhum comentário:
Postar um comentário