sexta-feira, 29 de junho de 2012

Governo e PT manobram e 30h da enfermagem outra vez não é votado


O governo Dilma e o PT foram vaiados e chamados de traidores das galerias do Plenário da Câmara dos Deputados na tarde de quarta-feira (27), após outra manobra que evitou a votação do projeto de lei que fixa a jornada dos profissionais da enfermagem em 30 horas semanais. O PL 2295/2000 havia sido pautado na reunião de líderes da Câmara dos Deputados, da qual também participam as lideranças do governo e de seus partidos aliados, mas não havia acordo do governo em votar a proposta.
Os trabalhadores assistiram a uma manobra, jogo de cena do governo e dos partidos aliados, afirma Sidney de Castro, dirigente regional do Sindsprev-RJ que acompanhou a sessão em Brasília. Segundo ele, o que se viu na Câmara foi uma armação para não votar nada, promovida por partidos da base governista, sobretudo o PT.
Os principais alvos dos protestos dos profissionais de saúde foram os deputados Jilmar Tatto (PT-SP) e Arlindo Chinaglia (PT-SP). Ao primeiro, líder do PT, coube pedir a verificação de quórum que, por duas vezes, derrubou a sessão que poderia votar o projeto. Ao segundo, que é líder do governo, justificar, constrangido, as razões da manobra. Disse que o governo precisava consultar a situação das Santas Casas, que poderiam, segundo ele, quebrar por conta da redução da jornada, e debater mais o projeto. “Como ele pode dizer isso de um projeto que está há doze anos ali”, pergunta Sidney.
Também sobrou para o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-SP), a quem cabe definir o que entra em pauta, mas que, na visão dos manifestantes, apenas teria feito um teatro que resultou na manutenção da paralisia do projeto na Câmara. Durante a sessão, os profissionais de enfermagem cantaram palavras de ordem como “PT, a enfermagem nunca mais vota em você”.
Para a dirigente do Sindsprev-RJ Cristiane Gerardo, o governo segue intransigente na sua política de contenção de despesas e de não ceder nada aos trabalhadores. Ela diz que não é possível manter ilusões em promessas de deputados que dizem apoiar a saúde, mas integram a base de sustentação do mesmo governo que veta a aprovação do projeto. Só haverá votação, acredita, com uma grande mobilização nacional da categoria.
A defesa da jornada de 30 horas semanais é parte da pauta de reivindicações da greve na saúde federal no Rio.
Fonte: SINDSPREV/RJ

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