Estudantes da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), presos durante um protesto no campus de Guarulhos, foram soltos na noite desta sexta-feira (15).
A libertação ocorreu após a Justiça Federal de Guarulhos conceder um alvará de soltura aos alunos. A decisão, consultada pelo G1 através do site da 1° Vara da Justiça Federal de Guarulhos, beneficia os 22 estudantes.
De acordo com o advogado Pedro Ivo Iokoi, os estudantes foram liberados sob a condição de comparecer na próxima segunda-feira (18) na sede da Justiça Federal de São Paulo para assinar um termo de compromisso de comparecimento aos autos judiciais. Segundo ele, os alunos responderão por danos materiais e constrangimento a terceiros, já que, ao conceder o álvara de soltura, o juiz da 1ª Vara da Justiça Federal de Guarulhos desqualificou o crime de formação de quadrilha.
A estudante do 4º ano do curso de Letras Laisy Natali Cruxen, de 24 anos, disse que todo o tumulto teve início após ela ter sido agarrada por trás, com uma "gravata", golpe que imobiliza a pessoa, e arrastada até um carro por um policial militar. "Era um protesto pacífico. Não sei por que ele me agarrou. Foi de surpresa. Depois disso, o pessoal tentou interferir e começou toda a confusão. Começaram a soltar bombas, vi gente ensanguentada", contou.
A estudante disse ao G1 que ela foi agredida depois de já ter sido imobilizada. "Quando está atrás no carro, levei tapa na cara de um policial e estou com um hematoma nas costas", afirmou.
Ela disse que reconheceria o PM que a teria agredido com tapas no rosto. Laisy disse que deverá conversar com o advogado Pedro Iokoi e com a família para decidir se entrarão com uma ação de indenização por danos morais contra o governo do estado por ter sido agredida.
Vinte e cinco manifestantes foram levados para a sede da PF após serem presos pela Polícia Militar durante uma manifestação na tarde de quinta-feira. Segundo a Polícia Federal, 22 estudantes foram autuados em flagrante pelos crimes de dano ao patrimônio público, constrangimento ilegal e formação de quadrilha.
Outros três estudantes que já tinham sido liberados contaram ao deixar a PF que o grupo ficou a noite sem dormir em um auditório do prédio da sede da corporação.
Reivindicações
Os estudantes estão em greve há cerca de 80 dias para reivindicar uma melhor infraestrutura para o campus.
Eles pedem a construção de novas salas de aula, a reforma do restaurante universitário e o encerramento de um processo criminal contra cerca de 40 alunos que começou em 2008 devido a um protesto contra a direção da Unifesp em um dos campi da universidade.
No fim de maio, um grupo de estudantes invadiu um prédio do campus em Guarulhos e tiveram de deixar o local. Segundo eles, a polícia esteve presente e alguns estudantes foram presos. Na quinta-feira, eles organizaram uma assembleia e fizeram um ato no entorno do campus.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário