sexta-feira, 22 de junho de 2012

Greve expõe falha nas federais


Em greve, professores e servidores das universidades federais brasileiras não querem somente reajuste salarial. Na lista de reivindicações estão melhores condições de trabalho. A precariedade das instalações da TV e Rádios Universitária (AM e FM), vinculadas à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), expõe a necessidade de a União investir também em infraestrutura nas instituições federais de ensino. Funcionários realizaram ontem pela manhã ato público em frente ao prédio onde as emissoras funcionam, em Santo Amaro, área central do Recife. Docentes da UFPE e da Federal Rural (UFRPE) também participaram da manifestação.
A TV conta com dois estúdios, mas apenas um funciona. Mesmo assim, com problemas. “Quando chove, fica cheio de água. O estado da antena é deplorável”, afirmou Roberto Calou, servidor da emissora e um dos integrantes do comando de greve. A programação da TV foi suspensa sexta-feira passada, embora os demais técnicos da UFPE tenham entrado em greve cinco dias antes. Ficou fora do ar até anteontem. Voltou apenas com os programas nacionais da TV Brasil. A Rádio Universitária AM está há mais de um ano desligada por falta de condições técnicas. A FM também carece de transmissor mais potente.
Os grevistas reclamaram que falta diálogo com a atual gestão do Núcleo de Comunicação da TV e Rádios da UFPE. Disseram ainda que o quadro de funcionários está defasado. “Éramos 85 servidores dois anos atrás. Agora são 67. Não houve reposição de pessoal. Entendemos que essa é uma questão nacional. Mas falta à reitoria da UFPE investir mais na TV e nas rádios”, destacou Roberto Callou. 
Segundo o coordenador de imprensa do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais (Sintufepe), seção UFRPE, Fernando Revoredo, as instalações da Rural também estão defasadas. “A universidade cresceu em número de alunos, mas não em espaço. Houve a construção de alguns prédios, mas não são suficientes”, comentou.
INVESTIMENTO
O diretor de Comunicação da UFPE, Paulo Cunha, disse que a universidade reconhece os problemas estruturais da TV e das Rádios Universitárias e se solidariza aos técnicos nas reivindicações nacionais. “Pela primeira vez temos um orçamento específico para as emissoras. Vamos investir cerca de R$ 4,5 milhões este ano para recuperação do prédio e aquisição de equipamentos”, garantiu.
Uma comissão de engenheiros fará um diagnóstico, nos próximos 15 dias, para identificar a situação da antena e posterior conserto. Sobre a gestão, ele informou que será discutido com os servidores um novo modelo para as emissoras.

Fonte: Jornal do Comércio

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