A nova diretoria do ANDES-SN, eleita no último mês de maio, foi empossada nesta quinta-feira (21), durante a plenária de abertura da 57ª edição do Conselho do ANDES-SN. O evento acontece na Parnaíba (PI) entre os dias 21 e 24, com a presença de 133 participantes (sendo dois convidados), de 46 seções sindicais de várias partes do país.
Num discurso emocionado, a ex-presidente do Sindicato Nacional, Marina Barbosa Pinto, encerrou seu mandato dando posse à Marinalva Oliveira (Sindufap), que presidirá a entidade durante o biênio 2012-2014, tendo ao seu lado como secretário-geral, Márcio Antonio Oliveira (Apesjf), e como tesoureiro, Fausto Camargo Jr (Sindcefet-MG).
Marina lembrou, em sua fala, os principais desafios enfrentados durante a sua gestão como a luta contra a privatização dos Hospitais Universitários, contra o Funpresp e a participação do ANDES-SN em diversas lutas gerais. Ela reforçou ainda a importante presença do Sindicato Nacional na construção e fortalecimento da CSP-Conlutas, como instrumento combativo da classe trabalhadora contra o domínio do capital.
A ex-presidente lembrou também a vitória conquistada ao final de seu mandato com a decisão do Superior Tribunal de Justiça, que reafirma a legitimidade do ANDES-SN enquanto representante dos docentes das instituições de ensino superior do Brasil. Outro destaque feito por ela foi a greve em curso no setor das Federais, uma das maiores da história do Sindicato Nacional dos últimos anos.
Marina finalizou fazendo um balanço positivo de sua gestão. “Assumimos tomando uma importante decisão comunicada no 55º CONAD: fazer uma inflexão. Inflexão que aponta para a urgente reaproximação com os docentes e toma como foco a luta pelo direito dos professores na disputa por um projeto estratégico de educação pública. Nosso balanço é que acertamos nessa decisão”, encerrou, agradecendo aos seus filhos, aos seus companheiros de gestão, às seções sindicais e aos funcionários do Sindicato Nacional.
Em seu discurso de posse, Marinalva Oliveira reconheceu que a nova diretoria assume em um momento delicado de crise estrutural do capital, com impacto direto na educação pública, que compromete a concepção de universidade defendida pelo ANDES-SN, voltada ao tripé ensino – pesquisa - extensão.
“É diante dessa conjuntura que a greve foi sendo construída, como uma forma de resistência ao modelo de universidade comercial, produtivista e meritocrática e contra a desvalorização do trabalho docente. Assumimos num contexto de greve em grandes estaduais, como a Uerj e a Uern, e numa das maiores greves dos últimos tempos na educação federal”, avaliou.
Para ampliar e unificar os docentes das Particulares, Estaduais, Municipais e Federais na luta pela valorização da profissão e pelo do projeto de Universidade defendido pelo ANDES-SN, Marinalva destacou que um dos objetivos centrais e imediatos da nova diretoria é a realização o 2º Encontro Intersetorial do ANDES-SN ainda em 2012.
“A diretoria que sucedemos, assim como as anteriores, acertaram na política de condução desse sindicato. A última, em especial, conseguiu fazer uma gestão que priorizou o aprofundamento da relação com a base. Pretendemos dar continuidade política sim, mas com novas ações”, destacou.
Marinalva ressaltou que considera importante a continuidade da construção da CSP-Conlutas - importante instrumento de luta da classe trabalhadora, dos movimentos sociais e estudantil. Para ela, a aglutinação da classe é imprescindível no processo de transformação social, por isso a sua gestão irá também fortalecer a luta conjunta dos servidores federais, ocupando espaços como a Cnesf.
A nova presidente do ANDES-SN encerrou sua fala destacando o processo democrático através do qual sua diretoria foi eleita. “Assumimos dispostos a continuar a articulação do Sindicato Nacional com os trabalhadores e trabalhadoras na perspectiva classista da construção, dia a dia, da luta pelos direitos sociais e da conquista de uma nova sociedade”, finalizou, declarando aberto o 57º Conad.
Greve ganha destaque no primeiro dia de Conad
A greve nas Estaduais e Federais foi tema de uma apresentação durante a plenária de abertura do 57º Conad. Os professores João Pedro Vieira e Maria Luiza Tambellini da Associação dos Docentes da Universidade Estadual do Rio de Janeiro falaram da greve na Uerj, deflagrada no dia 11 de junho. A mobilização conta com apoio dos estudantes e técnicos.
O professor Alcivan Nunes, da Associação dos Docentes da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (Aduern) lembrou que, em 2011, os docentes da Uern realizaram 106 dias de greve. Em 3 de maio deste ano, eles retomaram a paralisação, devido ao não cumprimento do acordo firmado com o governo no ano passado.
O professor Gonzalo Rojas, da Associação dos Professores da Universidade Federal de Campina Grande (Adufcg), fez um relato da paralisação nas Federais e do trabalho desenvolvido pelo Comando Nacional de Greve, em Brasília. Ele foi um dos representantes da seção sindical de Campina Grande no CNG.
Fonte: ANDES-SN
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