O secretário de Relações do Trabalho do
Ministério do Planejamento aposta na racionalidade dos servidores do Executivo
para que aceitem o percentual de reajuste de 21,3% em quatro parcelas, até
2019. Segundo Mendonça, a proposta é a única possível pela situação fiscal do
país
Mesmo com a reação contrária do
funcionalismo, o governo está confiante de que, passado o primeiro momento, os
servidores vão refletir e entender que o país está em um momento difícil. “Acho
que a nossa proposta permite que o processo de negociação continue bem. Não há
razão para exacerbação do conflito ou para confronto”, assinalou o secretário
de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça. Ele não
acredita que em 7 de julho haja uma aceitação completa sobre a proposta, mas
considera que o caminho para o entendimento está traçado.
Apesar de o índice de 21,3%, em quatro
parcelas, até 2019, ter desagradado à maioria das categorias, o peso desse
aumento será significativo nos cofres públicos. A folha de pagamento, apenas do
Executivo civil — excluídos os militares e os trabalhadores dos Poderes Judiciário
e Legislativo —, será de R$ 32,2 bilhões no período. Pelos cálculos do
Planejamento, em 2016, o gasto, que hoje é de R$ 151,5 bilhões, passaria para
R$ 159,8 bilhões. Em 2017, subiria para R$ 167,8 bilhões; em 2018, para R$
175,8 bilhões; e, em 2019, para R$ 183,7 bilhões.
“Estamos ignorando o crescimento da
folha que vai acontecer por concursos, por crescimento vegetativo e por
eventuais reestruturações de carreira que não passem pela mesa de negociação.
Por isso, o número poderá ser maior, em torno de R$ 35 bilhões até 2019”,
previu Mendonça. Ele descartou a possibilidade, ao contrário do que afirmam as
lideranças sindicais, de queda do poder aquisitivo. “Insisto que os dados que
temos, desde a política iniciada em 2003, são muito superiores. Não apenas
empatamos com a inflação. A grande maioria, ou quase todas as categorias, teve
recuperações expressivas.”
O secretário disse também que está
otimista e não espera greves ou movimentos exacerbados, mas, caso ocorram, o
governo estará preparado para lidar com os fatos, seja na conversa, seja na
Justiça. Ele admitiu que o ritmo dos concursos públicos está e continuará mais
lento embora muitos certames devam ocorrer até o fim do ano. Hoje, o Executivo
federal tem 1,2 milhão de servidores — 600 mil na ativa. Com o avanço
tecnológico, não será mais preciso substituir cada pessoa que se aposentar por
uma nova. “As formas de gestão do trabalho hoje são muito diferentes”,
justificou.
Fonte: Correio Braziliense
Nenhum comentário:
Postar um comentário