O
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão apresentou a 49 entidades
classistas a primeira proposta de reajuste salarial para os servidores do Poder
Executivo. O governo ofereceu 21,3%, divididos em parcelas de 5,5% em 2016, 5%
em 2017, 4,75% em 2018 e 4,5% em 2019. Para os servidores, a proposta está
aquém do ajuste pedido, linear de 27,3%.
"Acho que a proposta é bastante razoável. Usamos projeções
que não são do governo, são do mercado, e trouxemos a proposta em um contexto,
que esperamos provisoriamente, muito desfavorável de aumento de desemprego,
queda de salário no setor privado", disse o secretário de Relações de
Trabalho, Sérgio Mendonça, que esteve reunido com representantes das entidades.
"Trazer essa proposta em parâmetros de mercado é defensável.
Não posso dizer se vamos adiante dela, vamos esperar o que as entidades vão
conversar", acrescentou. Uma nova reunião está marcada para o dia 7 de
julho.
Entre
as entidades que estiveram com o secretário está a Federação de Sindicatos de
Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior
Públicas do Brasil (FASUBRA). Os servidores da Fasubra estão em greve desde o
dia 28 de maio. "Para nós, significa perder até o final dessa
década", disse o coordenador-geral da federação, Rogério
Marzola. "Vamos propor para a categoria, mas com certeza ela não
vai aceitar. Estamos com perda de 27%, e o governo nos propõe esquecer isso."
A
proposta faz parte de uma rodada de reuniões para definir os reajustes de 2016
a 2019. O último acordo foi feito em 2012 e vigorou até este ano. Segundo o
ministério, a expectativa é que a negociações terminem até o fim de julho. As
reuniões começaram em março.
Na
proposta, o governo usou as expectativas de inflação do boletim Focus. Segundo
o secretário, as porcentagens não são indexadas, ou seja não variam, caso
variem as projeções. Com isso, o governo mantém nos próximos anos o gasto com
pessoal constante, equivalente a 4,1% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de
todos os bens e serviços produzidos no país).
Segundo
o governo, esse é o ponto de partida para discutir também os benefícios, como
auxílio-creche, auxílio-alimentação e auxílio-médico. "É um
pacote, o governo não consegue se mover sem fazer todas as contas, os impactos
e o que isso significa", disse o secretário. "Não dá
para ignorar que [o pagamento aos servidores] é parte da estratégia
macroeconômica fiscal e de combate à inflação que a política econômica está
usando. Não podemos perder o controle fiscal e não podemos perder o controle
dos pagamentos."
Fonte: Agência Brasil
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