Uma semana após
o início da greve de professores nas instituições de ensino superior federais,
a adesão passou de 18 instituições, em 28 de maio, para 24, segundo o
levantamento mais recente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições
de Ensino Superior (Andes).
A categoria
critica o corte de R$ 9 bilhões do orçamento da educação anunciado pelo governo
federal no mês passado e os atrasos nos repasses de verbas desde 2014. E pede
uma reestruturação da carreira, incluindo melhores condições de trabalho e
reposição de 27% de perdas salariais durante o governo Dilma Rousseff, de
acordo com cálculos do Andes.
A expectativa é
que a mobilização se intensifique na próxima semana, quando serão realizadas
assembleias em diversos estados. Até o momento, as paralisações estão
concentradas nas regiões Norte e Nordeste, incluindo a Universidade Federal da
Bahia (Ufba). A Universidade Federal do Maranhão (Ufma) foi uma das mais
recentes a aderirem à greve. A decisão foi tomada em reunião na última
terça-feira (2), quando os professores decidiram cruzar os braços por tempo
indeterminado a partir da próxima quarta-feira (10). Servidores de 56
instituições também estão em greve, de acordo com a Federação de Sindicatos de
Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior
Públicas do Brasil (Fasubra).
Na Universidade
Federal Fluminense (UFF), além dos docentes e servidores, alunos aderiram
ao movimento desde 28 de maio. A instituição está com prédios fechados desde
março, devido a problemas de orçamento. Elevadores não funcionam e houve corte
no fornecimento de água. "Na semana passada, cortaram o telefone",
conta a professora Renata Vereza, presidente da Associação dos Docentes da UFF.
A reitoria suspendeu as negociações na segunda-feira. O local chegou a ser
ocupado por alunos na última semana. Na Universidade de Brasília (UnB),
docentes realizam assembleia também na próxima quarta (10) para discutir a
questão. Servidores entraram em greve na semana passada.
Francisco Jacob,
primeiro-secretário do Andes, critica a falta de abertura do governo, que não
marcou nenhuma reunião com a entidade nos últimos dias. "Ninguém faz greve
porque gosta. É uma forma de dialogar com a sociedade em geral e mostrar a
intransigência do governo", afirma. O Ministério da Educação (MEC) tem
dito que está aberto a negociações, e o Ministério do Planejamento, responsável
pela discussão sobre os reajustes, afirmou, em nota, que, "após ouvir
todas as demandas (dos grevistas), será apresentada a contraproposta governamental,
o que ocorrerá ao longo do mês de junho". (MF)
Fonte: Correio Braziliense
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