O conjunto de servidores públicos federais continua mobilizado em prol de melhorias nas propostas apresentadas pelo governo para as reivindicações da Campanha Salarial da categoria. Uma série de assembleias e atos políticos ocorreram ao longo dessa quarta-feira (19) com o intuito de agilizar as negociações e pressionar o governo a melhorar a proposta de reajuste salarial, que deve ser apresentada na próxima sexta-feira (21).
Inicialmente, a proposta conjunta das entidades que representam os federais contemplava avanço econômico de 27,3% para o ano de 2016. A primeira contraproposta do governo, que foi sustentada durante exaustivas mesas de negociação reajustava o salário dos servidores em apenas em 21,3% divididos pelos próximos quatro anos. O tema ainda configura o principal impasse nas negociações.
Recurso contra corte de ponto
Em greve há mais de dois meses, os servidores do INSS correm o risco de ter o ponto do mês de julho cortado. Com o intuito de proteger os trabalhadores do corte e garantir o recebimento do salário de milhares de trabalhadores, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social – CNTSS entrou com recurso na justiça alegando ilegalidade no corte do salário dos servidores, tendo em vista que o processo de negociação ainda está aberto.
“Nossa greve é legal, temos pleno direito de nos manifestar e esperamos que o governo atenda às nossas justas revindicações”, completa o dirigente CUTista e secretário do Sindprev, o sindicato que representa a categoria no DF, José Adriano Brito .
Os servidores do INSS realizam vigília nessa quarta-feira (19) em frente ao Ministério do Planejamento. “Estamos aguardando que o governo chame a nossa categoria para negociar a qualquer momento”, explica o dirigente.
Mobilização contínua
Os servidores do executivo federal, vinculados ao Sindsep, realizaram assembleia no espaço do Servidor às 12h30 dessa quarta-feira (19). Como o governo ainda não apresentou formalmente a proposta de reajuste, os trabalhadores marcaram nova assembleia para a próxima quarta-feira (26), onde os novos índices de reajuste serão avaliados pela base.
“A possibilidade de greve não está afastada, nós só não iniciamos o movimento paredista em Brasília porque o governo está negociando e até o presente momento não há razões para cortar o diálogo”, afirma o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Federais – Sindsep, Óton Pereira Neves.
Os servidores do Ministério do Trabalho e Emprego- MTE conseguiram que a pasta pautasse novamente o Plano Específico de Reestruturação de Carreiras, encaminhado ao Ministério do Planejamento- MPOG em 2009 e que, entre outros pontos, aborda equiparação salarial, concessão de gratificações e melhorias nas condições de trabalho.
Um ofício redigido pela Condsef – Confederação que representa os servidores federais nacionalmente – foi enviado ao MPOG cobrando nova proposta do governo e os servidores aguardam resposta.
Universidades e Judiciário
Trabalhadores do Judiciário também se mobilizam e realizam atos políticos em Brasília para pressionar o Congresso Nacional a pautar e rejeitar o veto do governo federal ao PLC 28/2015, que estabelecia a reposição das perdas salariais acumuladas ao longo de quase uma década. Para isso, os servidores estão realizando uma série de paralisações em todo país, que denominam “apagão do Judiciário. ”
Sem avanço, os técnicos administrativos da UnB continuam em greve. Alguns setores funcionam com o horário reduzido. Como a Universidade se encontra no início de mais um período letivo, os servidores sofreram assédio da parte da reitoria e de alguns professores, que tentaram persuadir os trabalhadores a interromper o movimento paredista.
Amparados pelo sindicato que representa a categoria – o Sintfub, os funcionários denunciaram a prática ao Conselho Universitário e se reuniram com os professores pedindo apoio.
“Desde a reunião, não houveram mais casos registrados de assédio. Também distribuímos um panfleto para conscientizar a comunidade acadêmica e mostrar os motivos que nos levaram a cruzar os braços. Com o governo, porém, até agora não conseguimos nenhum avanço na pauta específica”, sintetiza o presidente do Sintfub, Mauro Mendes.
Fonte: CUT Brasília
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