segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Professores protestam em frente ao MEC contra falta de investimento no ensino do país

Professores protestam em frente ao MEC contra falta de investimento no ensino do país
Professores e funcionários técnico-administrativos das instituições federais em greve participam de uma protesto em frente à sede do Ministério da Educação (MEC), em Brasília, nesta sexta-feira (28). O ato marca os três meses de duração da paralisação dos docentes de universidades e institutos federais, que começou em 28 de maio. Entre outras reivindicações, eles exigem valorização salarial e melhores condições de trabalho.
Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), a greve afeta a rotina de 40 unidades de ensino do país - três instituições e 37 universidades federais. Algumas sequer iniciaram o ano letivo devido à falta de verba e estrutura, afirma o sindicato.
Em nota, o MEC informou que os manifestantes foram recebidos pela equipe da Secretaria de Educação Superior.Uma nova reunião foi agendada para a próxima semana (veja abaixo íntegra do posicionamento do MEC).
Pelo Facebook, o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, afirmou, no início da tarde desta sexta, que "o MEC negocia desde o início da greve" com os sindicatos. "Negociamos e aceitamos o que consideramos justo e viável", afirmou ele. "Os secretários continuam recebendo [os professores e funcionários grevistas], sempre sob minha orientação e direção."
O Andes também utilizou a rede social para informar que uma comissão formada por dois representantes do sindicato e dois estudantes foi recebida pela secretária de Ensino Superior do Mec, Dulce Tristão, e outros membros do ministério. Uma nova reunião foi agendada para a quinta-feira (3) na tentativa de resolver o impasse.
Professores levaram inflável para ironizar 
posturado ministro Janine
Manifestação
Nesta sexta, cerca de 500 professores participavam da manifestação em frente ao MEC, de acordo com representantes da categoria. Estudantes também estavam presentes e faziam coro ao protesto.
Após a reunião com representantes do MEC, os manifestantes devem deixar a sede do ministério e caminha até a tenda montada em frente à Catedral de Brasília.
Reivindicações
Professores e alunos são contra cortes feitos pelo governo federal no orçamento da educação. Segundo o Andes, as instituições sofrem com a redução no número de bolsas, paralisação de obras, cortes na pós-graduação, suspensão de programas e novos projetos e até com a demissão de trabalhadores terceirizados.
"Várias instituições não têm recursos para o pagamento de despesas básicas essenciais como energia elétrica e materiais de limpeza e higiene", afirmou o sindicato por meio de nota divulgada nesta sexta-feira. Os docentes também pedem reajuste salarial, reestruturação da carreira e a garantia da autonomia e do caráter público das universidades.
Além dos professores, trabalhadores técnico-administrativos de 68 instituições públicas de ensino superior também cruzaram os braços em reivindicação a maiores investimentos na área da educação, segundo a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra).
Negociações
De acordo com o sindicato dos professores, o diálogo com o MEC para a resolução do impasse pouco evoluiu desde o início da paralisação há três meses. Representantes da categoria afirmam que até o momento não conseguiram se reunir com o ministro da Educação, Renato Janine Riberito, apesar de "inúmeras solicitações".
O MEC condenou a postura do Andes no anúncio da paralisação. "Desde o início já informaram ter data marcada para a greve", disse o ministério em nota à época. "Isto não é diálogo. O diálogo supõe a vontade de ambas as partes de conversar, só recorrendo à greve em último caso", completou.
A pauta dos servidores inclui reajuste salarial de 27,3% e data-base. O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão propôs reajuste de 21,3%, a ser pago em quatro anos. A proposta foi considerada insuficiente pela maioria das entidades de servidores federais e acabou rejeitada. O MEC ressalta que os docentes tiveram aumento salarial no começo do ano.
Posicionamento do MEC
Veja abaixo íntegra do posicionamento do ministério sobre a greve:
MEC procura solução para greve e mantém diálogo com entidades
“A greve dos servidores federais, iniciada em maio de 2015, preocupa muito o Ministério da Educação, principalmente por conta dos alunos que estão sem aulas. Além disso, o cronograma das instituições fica prejudicado durante o processo e acarreta consequências no planejamento acadêmico.
O MEC sempre se colocou à disposição para dialogar com as entidades e instituições federais. A primeira reunião sobre o assunto, com a Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra), aconteceu em julho de 2014. De fevereiro de 2014 a agosto de 2015, representantes do ministério se reuniram com a entidade 23 vezes para tratar da agenda de reivindicações. A última reunião aconteceu em 21 de agosto de 2015, para dialogar sobre jornada de trabalho.
Além da Fasubra, o MEC também recebeu o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) em quatro ocasiões de 2015, de março a julho, além de ter dialogado com a Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) em oito reuniões no mesmo ano, de janeiro a julho.
É importante para o MEC que as entidades sindicais entendam que o diálogo é feito institucionalmente. O Ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, desde que assumiu a pasta designou membros de sua equipe para acompanhar diariamente as negociações.
O esforço do governo federal tem sido incansável para garantir o diálogo contínuo e a solução para a greve. O MEC e o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão têm trabalhado em conjunto para reestabelecer a atividade acadêmica."
Fonte: G1

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