O Comando Nacional de Greve (CNG) da Federação dos Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (FASUBRA), aterrorizado com o anúncio do adiamento do reajuste dos servidores, eliminação do abono de permanência e suspensão de concursos, integrantes do CNG invadiram o prédio do Ministério da Educação (MEC) na esperança de obter uma audiência com o titular da Secretaria de Ensino Superior (SESu), Jesualdo Farias, que mesmo com agenda apertada recebeu os manifestantes e se antecipou as falas, afirmando que não tinha nenhuma posição do governo em relação as pautas da categoria, também disse que o anúncio feito pelos ministros do Planejamento, Nelson Barbosa e da Fazenda, Joaquim Levy, são apenas proposta que ainda serão analisadas pela presidência da república, que ainda não oficializou sua posição quanto ao reajuste dos servidores, se será em janeiro agosto de 2016.
Enquanto os negociadores estavam em audiência com o Farias, os acessos ao prédio do MEC estavam bloqueados por manifestante fasubrianos, sob os olhares dos seguranças, que mantiveram sua postura de proteção do patrimônio.
A velha estratégia já conhecida do movimento sindical, não foi reprimida como de outras vezes, até porque o ato foi pacífico, houve algumas situações que foi preciso conter alguns comandantes da greve que estavam exaltados, mas o princípio de conflito foi resolvido, apesar dos nervos estarem no limite. Sem resposta da SESu, o CNG decidiu se manter no local em protesto pelo silêncio do governo.
No final da tarde, conforme havia sido agendado, os fasubrianos se deslocaram até o sede do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) para uma reunião na Secretaria de Relações de Trabalho (SRT). O secretário Sergio Mendonça foi questionado sobre várias questões levantadas pelos representantes da Federação, que diante na situação de cortes, não sentiam segurança no que havia sido proposta pelo governo, nem tão pouco sobre o que a categoria havia apresentado como contraproposta. O Mendonça declarou que o governo ainda não tinha uma posição em relação ao documento da FASUBRA e que, provavelmente nesta quarta-feira (16) estaria enviando o oficio com a resposta, ele também afirmou que o processo negocial, que tinha data final a sexta-feira (18), agora tem um prazo indefinido, segundo o secretário, poderá se estender por semanas.
A indefinição por parte do governo em se posicionar em relação as proposta da categoria, acaba levando o movimento paredista a estagnação, principalmente com a ameaça do corte de ponto. Em algumas universidades já está sendo difícil conter o retorno ao trabalho de alguns servidores que já perceberam que essa greve foi inútil e que a derrota é inevitável. Muitos acreditam que apesar da greve ter tido adesão maciça da categoria, mas por por falta de avanços nas negociações, ela começa a sofrer baixas na composição dos comandos locais de greves espalhados em todas as universidades.
A SRT marcou para quarta-feira (23) a próxima reunião para se fechar um acordo ou a ruptura total do processo de negociação. O CNG irá propor aos sindicatos de base, caso o governo envie resposta a contraproposta, que realizem suas assembleias a partir da sexta-feira (18) para no dia 23 ser definido o rumo do movimento paredista fasubrianos.
O novo cenário negocial não apresenta nenhuma perspectiva que sinalize para um acordo. Se antes já estava difícil, agora a situação se complicou.
Fonte: Ufalsindical
Nenhum comentário:
Postar um comentário