A Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat)
informou nesta quarta-feira (23) que todos os campi da universidade federal
estão em greve. O campus de Rondonópolis, cidade 218 km distante de Cuiabá, que
tem um sindicato independente, também declarou adesão ao movimento grevista dos
professores.
De
acordo com Antônio Gonçalves Vicente, presidente da Adufmat de Rondonópolis, a
categoria já estava em greve desde a última quinta-feira (17). Porém, os
professores se reuniram nessa terça-feira(22) para deliberar sobre a pauta
local. “Estamos em conformidade com a reivindicação nacional dos professores.
Mas, também estamos nos reunindo para discutir a pauta local, daqui de
Rondonópolis, já que o sindicato é independente do de Cuiabá”, relatou o
sindicalista.
Em assembleia com os professores do Campus
Universitário do Araguaia, o secretário da Adufmat, Adenil Claro, relatou que
na reunião os professores ratificaram que estão em greve junto com a categoria
de Cuiabá. “Hoje todos os campi da UFMT estão em greve”, afirmou.
Após
se reunirem em um comando de greve local para avaliar a situação do movimento,
os sindicalistas informaram que a categoria está unida na adesão da greve no
estado. “Cerca de 45 instituições estão paralisadas no Brasil. Em Mato Grosso,
100% dos campi estão paralisados”, confirmou Tomás Boaventura, professor do
departamento de história da UFMT.
Os
1,6 mil professores da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) devem se
reunir nesta quinta-feira (24) para avaliar o andamento da greve geral da
categoria. A paralisação da UFMT faz parte de uma mobilização nacional.
Segundo
a assessoria da Adufmat, não estará em pauta nesta reunião o fim do movimento,
uma vez que nenhuma proposta foi feita aos profissionais. “A greve continua.
Não temos nenhuma previsão de término. Vamos apenas analisar o andamento do
movimento”, disse ao G1 o presidente da
Adufmat, Carlos Eilert.
A
reitora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Maria Lúcia Cavalli
Neder, afirmou em entrevista ao G1 que concorda com as
reivindicações dos professores que decidiram entrar em greve, por tempo
indeterminado. “Entendemos as reivindicações dos professores como justas”,
declarou a reitora. Ela também admitiu que o salário atual do professor está
“defasado”. No entanto, ela acredita que a greve vai atrasar o calendário
escolar prejudicando os 1.600 docentes e quase 20 mil acadêmicos. A reitora
confirmou presença na assembleia desta quinta-feira.
Revindicação
A categoria cobra do governo federal que
seja cumprido um acordo assinado em abril de 2011. O acordo garante reajuste
salarial de 4%, incorporação da Gratificação Específica do Magistério Superior
(Gemas) e reestruturação da Carreira Docente.
Para
resolver este impasse, a presidente Dilma Rousseff publicou no Diário Oficial
da União uma Medida Provisória que reajusta os salários dos servidores públicos
federais. Segundo o governo, os aumentos serão retroativos ao mês de março
deste ano. No entanto, os professores alegam que a medida não contempla a
criação do chamado Plano de Cargo, Carreira e Salário (PCCS).
Sem aulas
Conforme dados do Sindicato Nacional dos
Docentes de Ensino Superior (Andes), os professores de 44 das 59 universidades
federais do país estão em greve e cerca de um milhão de estudantes estão sem
aulas. O Ministério da Educação deve se reunir na próxima semana com
representantes da categoria para buscar uma solução para acabar com a greve.
Ameaça de greve
Os técnicos da UFMT, bem como os técnicos
das instituições federais de todo o país, também podem iniciar uma greve no mês
de junho. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Educação
da UFMT (Sintuf), Benedito Boaventura, os profissionais esperam até o dia 30 de
maio para que a presidente sancione um acordo firmado com o Ministério do
Planejamento. “Queremos que eles cumpram o acordo da greve de 2007.
Reivindicamos três salários mínimos como piso para a categoria, 5% entre um
nível e outro, reposicionamento dos aposentados, além do pagamento do Valor
Básico Complementar (VBC)”, disse ao G1.
Fonte:
Portal G1
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