Docentes de quatro das
cinco unidades acadêmicas da Universidade Federal do Amazonas (Ufam),
localizadas no interior do Estado, aderiam à greve nacional dos professores
federais, que teve início nesta quinta-feira (17). O movimento paredista se
estendeu aos municípios de Itacoatiara, Humaitá, Parintins e Benjamin Constant,
onde, por meio de assembleias locais, os professores votaram em favor da
paralisação das atividades, por tempo indeterminado. Em Coari, a Assembleia
será realizada nesta sexta-feira (18).
Em Manaus, mais de 70% das
aulas foram paralisadas, de acordo com um levantamento feito pelo Comando de
Greve Local (CGL), formado por aproximadamente 30 professores, representantes
da maioria das unidades acadêmicas da capital. “A expectativa é que esse percentual
aumente à medida que as ações de mobilização forem se intensificando”, disse o
presidente da Adua, que apresentou o calendário de atividades do movimento,
durante entrevista coletiva na manhã desta quinta. “A natureza da
paralisação é de ocupação e não de esvaziamento”, reforçou.
Nos municípios de
Itacoatiara e Parintins a decisão dos professores foi unânime, com 44 e 42
votos a favor da greve, respectivamente. “A insatisfação é generalizada e,
nesse momento, os professores mostraram que o nosso plano de carreira e os
investimentos em educação devem ser priorizados por parte do governo. Por isso,
é preciso parar”, disse o docente Lucas Milhomens, integrante do Comando de
Greve de Parintins.
A assembleia de Benjamin
Constant contou com a participação de 27 docentes, dos quais 20 votaram a favor
da paralisação. A votação em Humaitá contou com 29 votos a favor e três contra.
“Isso simboliza a expansão e o fortalecimento grevista que se legítima no
interior com uma adesão poderosa”, afirmou Neto.
Neste último município, os
professores realizaram na manhã desta quinta, um apitaço, como forma de
protestar pela baixa condição de ensino. Nesta sexta-feira (18), a partir das
16h, os docentes fazem uma carreata pelas principais ruas da cidade e ainda panfletagem
nas escolas públicas. “A maioria dos professores da unidade está realmente
envolvida nesse processo”, informou a docente Priscila Freire, integrante do
Comando de Greve de Humaitá.
Na avaliação da professora
de Benjamin Constant, Flávia Melo, o resultado das assembleias é reflexo da
situação precária em que se encontram os polos da Ufam fora de Manaus. “Além
dos mesmos problemas que são de cunho nacional, como a reestruturação da
carreira, e da capital, como falta de estrutura, as unidades do interior ainda
sofrem com a falta de autonomia e o descaso administrativo em resolver
problemas burocráticos”, disse.
Fonte: Adua
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