Universidade federais espalhadas pelo país
registraram greves nesta quinta-feira (28). Há paralisações de professores e de
servidores. Veja abaixo a situação das federais por estado.
Sindicatos informaram que professores
entraram em greve nos estados de Alagoas, Amapá, Mato Grosso, Paraíba, Piauí,
Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Sergipe e Tocantins. Nos estados
de Acre, Ceará e Mato Grosso do Sul os professores decidiram em assembleias por
greve a partir desta sexta (29). Em Santa Catarina, os professores aprovaram
indicativo de greve, mas paralisam atividades apenas nesta sexta e decidem os
rumos da categoria em assembleia marcada para terça (2).
Sindicatos informaram que servidores de
federais estão em greve nos estados de Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Goiás,
Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e
Sergipe. No Ceará, os servidores aprovaram greve para esta sexta.
Os servidores pedem reajuste salarial,
reestruturação da carreira e aumento de investimentos nas federais.
Ao longo dos próximos dias, professores e
servidores de todas as universidades federais devem fazer assembleias para
decidir se participam ou não do movimento nacional.
Data marcada
A data do início da greve havia sido anunciada
pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior
(Andes-SN), após decisão em 16 de maio. Os professores tentam pressionar o
governo federal a ampliar o repasse às universidades federais, apesar do corte
de R$ 9,42 bilhões no orçamento do MEC.
Em nota, o Ministério da Educação informou
na quarta-feira que se reuniu com as entidades em busca de diálogo e foi
informado desde o início de que havia data marcada para a greve. "Isto não
é diálogo. O diálogo supõe a vontade de ambas as partes de conversar, só
recorrendo à greve em último caso", afirma o ministério.
Ao G1, o presidente do Andes-SN, Paulo
Rizzo, disse que considera que o MEC cessou o diálogo. "A decisão pela
greve foi tomada após uma reunião com o ministério em que disseram não ter
compromisso com o acordo de carreira que foi fechado com Secretaria de Educação
Superior em 2014."
Em nota, outro sindicato que representa a
categoria indicou a continuidade das negociações. "A Federação de
Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior e de
Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (PROIFES-Federação) orientou aos filiados
a aguardarem contraproposta do Ministério do Planejamento para então avaliar se
a base indicará greve no ensino superior público", informou a Proifes.
Veja
a situação em cada estado:
Acre
Na Universidade Federal do Acre (UFAC), a
greve de professores federais começará nesta sexta-feira. O movimento foi
aprovado pela categoria após uma assembleia realizada em 25 de maio.
"A nossa greve está cumprindo o que
diz a legislação, que prevê o aviso com antecedência mínima de 72 horas, e nós
cumprimos, avisamos o reitor Minoru Kinpara no prazo estabelecido",
explicou o vice-presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal
do Acre (Adufac), João Lima.
Alagoas
Os docentes e os técnicos da Universidade
Federal de Alagoas (Ufal) paralisaram as atividades nesta quinta. A greve,
segundo eles, é por tempo indeterminado. A decisão dos professores da Ufal foi
tomada após assembleia na segunda-feira (25).
Amapá
Os professores da Universidade Federal do
Amapá (Unifap) decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a partir desta
quinta, segundo informações do Sindicato dos
Docentes da Universidade Federal do Amapá
(Sindufap).
Os técnicos administrativos também discutem
a possibilidade de deflagrar greve. Uma assembleia está sendo realizada na
manhã dessa quinta-feira, para decidir quais setores da instituição vão
continuar os serviços.
Bahia
Parte dos trabalhadores terceirizados da
Universidade Federal da Bahia (UFBA) está em greve por tempo indeterminado
desde 13 de maio. Eles pedem o pagamento dos salários de fevereiro, março e
abril que ainda não foi feito pela empresa Líder Recursos Humanos, contratada
pela universidade.
De acordo com a assessoria da universidade,
a paralisação é realizada apenas por parte dos terceirizados, que integram o
quadro dos setores de limpeza e administrativo.
Na quinta-feira (21), o reitor da UFBA,
João Carlos Salles, assumiu que a universidade tem uma dívida de R$ 28 milhões,
referente ao ano de 2014, e convocou a comunidade acadêmica e a sociedade civil
para um ato público que pretende pressionar o governo federal contra os cortes
no orçamento.
Ceará
Professores e servidores da Universidade
Federal do Ceará (UFC), da Unilab e da Universidade Federal do Cariri vão parar
suas atividades nesta sexta-feira (29). A paralisação foi decidida em ato em 14
de maio.
Espírito
Santo
Os servidores da Universidade Federal do
Espírito Santo (Ufes) aderiram à paralisação nacional e iniciaram a greve nesta
quinta-feira (28). Já os professores da Ufes marcaram assembleia para a próxima
terça-feira (2) para decidir se entram ou não em greve.
No Hospital Universitário, a greve começa a
partir de 1º de junho. Durante uma assembleia que também acontece nesta quinta,
os servidores decidem quais serviços ficarão disponíveis para população.
Goiás
Servidores técnico-administrativos da
Universidade Federal de Goiás (UFG), do Instituto Federal de Goiás (IFG) e do
Instituto Federal Goiano (IF Goiano) entraram em greve nesta quinta. Os
professores não aderiram ao movimento no estado.
Mato
Grosso
Professores da Universidade Federal de Mato
Grosso (UFMT) entraram em greve, por tempo indeterminado, a partir desta
quinta. A decisão foi tomada em assembleia. A UFMT tem cerca de 20 mil alunos e
1.800 professores.
Mato
Grosso do Sul
Professores da Universidade Federal de Mato
Grosso do Sul (UFMS) prometem parar nesta sexta-feira. Segundo informações da
Associação dos Docentes da UFMS, a sexta será um dia de manifestação. A aprovação
ou não da greve será debatida em assembleia em 10 de junho.
Minas
Gerais
Os técnicos da Universidade Federal de
Viçosa (UFV) entraram em greve nesta quinta-feira por tempo indeterminado. De
acordo com a Associação dos Servidores Administrativos (Asav), a decisão foi
tomada em Assembleia Geral da categoria. Segundo a UFV, devido à greve, o
funcionamento de alguns setores da instituição será alterado.
Também aderiram os técnicos administrativos
da Universidade Federal de Lavras (Ufla-MG) e da Universidade Federal de
Alfenas (Unifal-MG). A decisão foi tomada em assembleia convocada pela
Federação dos Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em
Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (FASUBRA).
Participam ainda do movimento servidores
técnico-administrativos da Universidade Federal Minas Gerais (UFMG), da
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), e do Centro
Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG).
Pará
Servidores da Universidade Federal do Pará
(UFPA) deram início nesta quinta-feira (28) à paralisação aprovada em
assembleia na última segunda-feira. Os grevistas fecharam os portões de acesso
da UFPA em Belém durante o período da manhã.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores
das Instituições Federais de Ensino Superior no Estado do Pará (Sindtifest), o
portão principal, na avenida Bernardo Sayão, e o porto próximo ao ginásio,
foram bloqueados.
A Universidade Federal do Oeste do Pará
(UFOPA) e a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) também aderiram ao
movimento grevista. A categoria pede reajuste de 27% e reestruturação da
carreira, além de piso salarial de R$ 3.182.
Paraíba
Os professores e os servidores da
Universidade Federal da Paraíba (UFPB) decidiram entrar em greve por tempo
indeterminado a partir desta quinta.
Na Universidade Federal de Campina Grande
(UFCG), técnicos começaram nesta quinta a greve decidida em assembleia. Os
professores do campus de Patos também resolveram aderir à greve.
Paraná
Os professores da Universidade Federal do
Paraná (UFPR) vão fazer uma assembleia na manhã de sexta-feira para decidir
sobre a possibilidade de greve. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em
Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba (Sinditest), a assembleia está
marcada para começar às 8h, na sede do sindicato.
Pernambuco
Os técnico-administrativos da Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE) começaram a greve, por tempo indeterminado, nesta
quinta-feira. Com o movimento, os técnicos pretendem paralisar setores como
administrativo, secretarias e bibliotecas.
Já os professores da UFPE e da Universidade
Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) decidiram manter as aulas durante assembleia
realizada na última segunda.
Piauí
Professores do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Piauí (Sindifpi) iniciaram uma greve por tempo
indeterminado nesta quinta-feira (28). A categoria decidiu em assembleia
realizada no dia 20 de maio que iriam aderir ao movimento nacional e também
paralisariam as atividades.
Segundo a coordenadora de finanças do
Sindicato dos Docentes do Instituto Federal de Educação, ciência e tecnologia
do Piauí (Sindifpi), Gilcelene Brito, 12 campus da instituição de ensino
aderiram ao movimento grevista. Ela estima que cerca de 10 mil estudantes
ficaram sem aulas.
Rio
de Janeiro
Professores e técnicos administrativos da
Universidade Federal Fluminense (UFF) decidiram entrar em greve, a partir desta
quinta-feira. Na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), a paralisação
está marcada para esta sexta-feira e na rural (UFRRJ) uma assembleia será
realizada também nesta quinta-feira para definir se as aulas irão continuar.
Já os professores da UniRio e da UFRJ se
reuniram e afirmaram que não vão aderir ao movimento.
Rio
Grande do Norte
Os docentes da Universidade Federal Rural
do Semi-Árido (Ufersa) deram início nesta quinta à greve, por tempo
indeterminado, decidida em assembleia no último dia 21.
Na Universidade Federal do Rio Grande do
Norte (UFRN), os professores não aderiram à greve nacional. De acordo com a
Adurn (sindicato dos professores), "o sindicato está chamando a realização
de reuniões com os docentes para discutir a campanha salarial e de carreira e o
processo de negociação já em andamento".
Rio
Grande do Sul
A paralisação ocorre na Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal de Ciências da Saúde
de Porto Alegre (UFCSPA), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM),
Universidade Federal de Rio Grande (Furg) e Universidade Federal de Pelotas
(UFPel) e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do
Sul (IF-RS), nos campus Canoas, Restinga e demais campi da capital gaúcha.
Rondônia
A Associação de Docentes da Universidade
Federal de Rondônia (Adunir) e Sindicato dos Trabalhadores em Educação da
Fundação Universidade Federal de Rondônia (Sintunir) também decidiram aderir à
greve.
Em 19 de maio, os dois sindicatos
deliberaram pela paralisação por quatro dias, a partir de 25 de maio. Nesta
quinta-feira (28), Adunir e Sintunir fizeram assembleia conjunta e decidiram
manter a paralisação e aderir à greve geral, a partir de 1º de junho.
Roraima
Professores da Universidade Federal de
Roraima (UFRR) decidiram em assembleia geral continuar as aulas e ficar em
estado permanente de greve. De acordo com a Seção Sindical dos Docentes da UFRR
(Sesduf), isso significa que eles continuarão as atividades em salas de aula,
porém, a qualquer momento, pode ocorrer uma paralisação.
Santa
Catarina
Em assembleia no dia 25, os professores da
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) decidiram paralisar suas
atividades na sexta-feira (29) e aprovaram o indicativo de greve sem data
definida para começar.
De acordo com o sindicato dos professores
(AndesUFSC), a próxima assembleia da categoria está marcada para o dia 2 de
junho.
Sergipe
O Sindicato dos Trabalhadores Técnico
Administrativos em Educação da Universidade Federal de Sergipe (Sintufs) e a
Associação dos Docentes da Universidade Federal de Sergipe (ADUFS-SSIND)
realizaram ato de deflagração de greve nesta quinta-feira. A mobilização
ocorreu no início da manhã desta quinta na reitoria do Campus que fica
localizado no município de São Cristóvão, na Grande Aracaju.
Tocantins
Os professores da Universidade Federal do
Tocantins (UFT) decidiram em assembleia realizada na terça-feira (26) a
aprovação da greve da categoria. Segundo a Seção Sindical dos Docentes da UFT
(Sesduft), a paralisação começou nesta quinta-feira, seguindo o movimento
nacional, e será por tempo indeterminado. Cerca de 20 mil estudantes ficam sem
aulas.
Greve
nacional
O sindicato nacional dos professores das
instituições federais (Andes-SN) organizou o início da greve nas universidades
para esta quinta-feira. No entanto, cada uma das universidades deve votar em
assembleia local a adesão ou não ao movimento.
Segundo a entidade, a greve foi aprovada no
dia 16 de maio como "o último recurso encontrado pelos docentes para
pressionar o governo federal a ampliar os investimentos públicos para a
educação pública, e dar respostas ao total descaso do Executivo frente à
profunda precarização das condições de trabalho e ensino nas Instituições Públicas
Federais".
Em 2012, na maior greve organizada pelo
sindicato, as instituições pararam em maio, e a maioria delas retomou as aulas
apenas em setembro, depois de quase quatro meses de paralisação. O movimento
chegou a atingir, em níveis diversos, 57 das 59 instituições.
Fonte: G1