Prevista
para começar às 14 horas, a reunião entre a Secretaria de Relações do Trabalho
(SRT) do Ministério do Planejamento e representantes do Fórum das Entidades
Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasef), teve início às 17h30 e
terminou já depois das 20h. Num esforço conjunto, representantes do governo e
dos servidores buscaram ampliar o debate em torno da discussão envolvendo a
proposta de reajuste de 21,3% em 4 anos, feita pelo governo e rejeitada por
unanimidade pela categoria. O secretário da SRT, Sérgio Mendonça, disse que o
governo está aberto a debater outras pautas urgentes para os servidores.
Entre
essas pautas estão: a política de ajuste nos principais benefícios do Executivo
(auxílio-alimentação, plano de saúde, creche) que estão bastante defasados em
relação aos outros Poderes; o debate sobre a Convenção 151 que regulamenta a
negociação coletiva no setor público, além de afirmar que o governo não tem uma
posição fechada com relação a uma proposta dividida em quatro anos e pode
debater a redução desse prazo. No entanto, Mendonça destacou que a margem para
flexibilizar os percentuais de reajuste já apresentados é mínima. Apesar da
sinalização positiva com relação ao debate de outras pautas importantes para a
categoria, nenhuma proposta concreta foi apresentada.
Segundo
a SRT, um dos motivos para ainda não apresentar nenhuma proposta fechada é que
todo debate em torno do processo de negociações com os servidores federais está
passando diretamente pela presidente Dilma Rousseff. A secretaria pré-agendou
uma nova reunião com o conjunto dos federais até o dia 21 de julho. Apesar da
insistência dos representantes da categoria para que o encontro acontecesse já
na próxima semana, a SRT alegou que a presidente Dilma, que está acompanhando
diretamente o processo, viajou nesta terça-feira, 7, para a Rússia onde
participa de encontro com a cúpula do BRICS. O debate, portanto, ficará para o
retorno da presidente ao Brasil.
Reuniões
setoriais –
Mendonça também informou que a SRT vai convocar reuniões setoriais para
apresentar retorno formal do governo a todas as pautas específicas que foram
apresentadas ao Planejamento. A sinalização da SRT é de que é possível dialogar
um conjunto de instrumentos que o governo espera possa auxiliar na tentativa de
avanço das negociações. A SRT quer um retorno da categoria. No entanto, ainda
sem qualquer proposta formal os servidores devem continuar mobilizados e
construindo a unidade em torno da possibilidade de uma greve geral a partir do
dia 22 de julho, data aprovada em plenária da Condsef, que representa a maioria
dos servidores do Executivo.
As 22
entidades que compõem o Fonasef e representam servidores do Executivo,
Legislativo e Judiciário vão se reunir para discutir os conteúdos da reunião
desta terça com a SRT. A categoria espera que nesse processo de negociações o
governo leve em consideração também o índice de inflação apontado para este ano
e que já gira em torno de 9%. A preocupação é que a categoria não continue
amargando perdas salariais que já foram sentidas no último reajuste de 15,8% concedido
ao longo de três anos (2013-2014-2015). Esse percentual, inclusive, já foi
descontado pela categoria quando solicitou reajuste de 27,3% para 2016 para
repor perdas acumuladas nos últimos anos, com 2% de ganho real.
O
debate entre os servidores e também a unidade da categoria serão fundamentais
nesse momento. O momento é difícil e exige atenção redobrada dos servidores. É
fundamental garantir o reforço na luta em defesa de avanços e pelo atendimento
das demandas mais urgentes dos federais. Somente a unidade e uma pressão
intensa serão capazes de garantir avanços esperados pela maioria. É preciso que
a categoria esteja pronta para dar uma resposta efetiva ao governo de que não
será aceita a imposição da culpa pela crise que não foi criada pelos servidores.
Fonte: Condsef
Nenhum comentário:
Postar um comentário