Servidores
federais fizeram um dia de paralisação nesta
quarta-feira (25). Os atos envolveram funcionários e professores das
universidades federais e de outros órgãos, como o Incra, INSS e o IBGE.
Alguns cursos da
Universidade Federal do Paraná (UFPR) não tiveram aulas nesta quarta-feira, de
acordo com a Associação dos Professores da UFPR (Apufpr). A entidade não fez o
balanço de quantos cursos suspenderam as atividades nesta quarta. “Os cursos
que dependem de laboratórios, como os de Informática e Biológicas não têm como
ter aulas nesta quarta, pois não há servidores para atender. Os laboratórios
estão fechados”, afirmou o presidente Apufpr, Luis Allan Künzle.
Os restaurantes
universitários (RUs) da UFPR também não funcionaram nesta quarta-feira, de
acordo com o Sinditest, sindicato que representa os servidores
técnicos-administrativos. A informação foi confirmada pela assessoria de
imprensa da UFPR. Outros serviços, como bibliotecas e laboratórios, funcionaram
parcialmente.
“Reduzimos o
contingente administrativo, nem tudo está paralisado. Depende do servidor, tem
gente que não parou”, segundo a diretora do Sinditest, Ana Paula Coelho. Ela
não soube dizer o que parou ou não.
Protestos
Servidores
federais de 31 entidades e professores de quatro universidades (UFPR, UTFPR,
Universidade Federal da Integração Latino-Americana e Instituto Federal do
Paraná) participaram de uma passeata da Praça Santos Andrade até a Boca Maldita
nesta manhã. O ato estava previsto para começar às 10 horas, mas foi iniciado
por volta das 10h40.
Os manifestantes
trafegavam pela Rua Marechal Deodoro e
o trânsito estava lento, por volta das 10h50. O trânsito ficou bloqueado no
cruzamento com a Barão Rio Branco por 10 minutos. Carros, ônibus e motos
seguiram pela pista à esquerda. Nenhum ônibus foi desviado.
O grupo chegou à
Boca Maldita, por volta das 11h20, e discursos eram feitos para chamar a
atenção da população para a paralisação.
Em outro
protesto, no Guabirotuba, o trânsito foi bloqueado no cruzamento da Rua Alcides
Terezio de Carvalho, com a Avenida Senador Salgado Filho, por volta das 10
horas. O trânsito ficou lento na região, por volta das 11h50, de acordo com a
Secretaria Municipal de Trânsito.
Reivindicações
Os servidores
técnico-administrativos da UFPR reivindicam reajuste salarial de 22,5% e
implantação de um período para a negociação coletiva.
A mobilização se
repetirá nos dias 9 e 10 de maio e poderá culminar em uma greve nacional - caso
o governo ignore o pedido e não se disponha a negociar essa e outras
reivindicações da categoria.
Os professores
da UFPR re reuniram com o governo federal nesta tarde para negociação das
reivindicações de professores para reestruturação da carreira e criação de uma
política salarial para a categoria. “Hoje um professor com doutorado tem um
salário inicial menor que o mesmo de um escrivão da Polícia Federal. E, 30 anos
depois, acaba se aposentando com um valor menor também”, diz Künzle. De acordo
com o presidente do Apufpr, “o governo não tinha nada para apresentar”. Também
foi realizado um seminário das 14h às 16h para discutir a valorização do
servidor público.
O indicativo de
greve foi aprovado para 15 de maio, mas até o dia 10 de maio haverá assembleia
de professores em cada cidade para decidir se terá ou não. Uma greve nacional
tem mais peso, segundo a Apufpr.
INSS
Os serviços do
INSS em Curitiba funcionaram normalmente nesta manhã, de acordo com a
assessoria de imprensa do órgão.
Incra
No Incra,
segundo o presidente do SINCRA e do Sindicato dos Peritos Federais Agrários
(SinfPFA), Geraldo Batista, a paralisação é para chamar a atenção do
descompasso existente entre discurso e política nacional. Ele diz que esta é a
terceira paralisação dos servidores federais em 2012. Entre os principais
pontos na pauta, está a equiparação salarial dos engenheiros agrônomos do Incra
com os do Ministério da Agricultura. “Hoje recebemos 40% do salário de um
engenheiro agrônomo do Ministério. Nossa última greve foi em 2008, com a mesma
pauta, mas até agora, nada”, disse Batista.
No prédio do
Incra, de acordo com Batista, estiveram pela manhã apenas a chefia e as pessoas
que ocupam cargo de segurança.
Movimentos sociais
participaram de ato
O MST e o
Movimento Popular por Moradia também participaram do ato desta manhã. Eles
fizeram uma lista de nomes das pessoas que ocuparam o Bolsão do Sabará em
fevereiro e que em março teve o mandado de reintegração de posse cumprido. Os
servidores federais na passeata, em solidariedade, paralisaram o cruzamento das
ruas Barão do Rio Branco e a Marechal Deodoro para que entregassem a lista a
algum representante da Cohab.
Fonte: Gazeta do Povo
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