
“Nos últimos nove anos, o governo não fez nenhuma correção em nossos salários, ignorando até as perdas inflacionárias. Para se ter uma ideia, os docentes iniciam a carreira com um vencimento básico de apenas R$ 557,51, para um contrato de 20 horas. Portanto, abaixo do salário mínimo vigente”, expõe o presidente da Associação dos Docentes da Ufal (Adufal), professor Antônio Passos.
Ele lembra que a reivindicação está prevista na Constituição Federal, que, em seu artigo 37, inciso X, assegura revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices a todos os trabalhadores do serviço público.
Construída em conjunto com os servidores, a pauta de reivindicações de 2012, além do reajuste linear, é composta por eixos como a definição da data-base em 1º de maio e a política salarial permanente, com reposição inflacionária. Eles também cobram o cumprimento de acordos firmados e a supressão dos artigos 86 e 87 do PL 2203/11, que mudam os níveis de insalubridade/periculosidade. Por fim, os trabalhadores também exigem a paridade entre ativos, aposentados e pensionistas.
Amargando perdas de quase 40% em seu poder de compra, os professores cobram o pagamento do acordo emergencial de agosto de 2011, cuja vigência foi definida para março de 2012. Ainda referente às negociações do ano passado, a categoria afirma aguardar as definições do grupo de trabalho – que volta a se reunir, em Brasília, nesta quarta – sobre a reestruturação da carreira dos profissionais.
“A categoria está cansada de esperar. A paralisação de hoje, a exemplo da que ocorreu na última quinta-feira (19), demonstra a insatisfação dos servidores públicos diante da falta de uma política salarial para o setor público”, reforçou Antônio Passos, acrescentando já haver indicativo de greve, por tempo indeterminado, previsto para 17 de maio. Caso esta entre em vigor, seguindo o calendário, os técnicos e demais servidores ingressam a partir do dia 30 de maio.
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Técnicos do Hospital Universitario (HU) também apresentam suas reivindicações. De acordo com a técnica em enfermagem do HU, Risonilda Costa da Silva, em 2007 ocorreu o último reajuste da classe - de 28% dividido em três vezes -, após greve dos auxiliares.
"Queremos melhoria na alimentação e que haja concurso público", reforça a técnica em enfermagem. Ela lembra ainda que a classe não é a favor da privatização do HU, pois acredita que o serviço deve ser integralmente destinado ao Sistema Único de Saúde (SUS). Risonilda afirma também que pelo menos 42% dos servidores da Ufal são ligados ao Hospital Universitário.
Outras paralisações ficaram marcadas para acontecer nos dias 09 e 10 de maio. Se efetivada, espera-se que apenas 50% dos servidores entre em greve.
Fonte: Gazeta Web
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