Nesta quarta-feira a
Condsef recebeu o balanço das atividades ligadas ao dia nacional de lutas com
paralisação que reuniu 31 entidades e mobilizou servidores em todo o Brasil.
A adesão ao movimento foi
grande e mostrou a disposição da maioria dos trabalhadores do setor público em
lutar pelo avanço nas negociações com o governo e atendimento de suas
principais reivindicações. Em Brasília, diversos órgãos realizaram atividades
pela manhã e depois promoveram uma concentração em frente ao Palácio do
Planalto para mostrar a presidenta Dilma que os servidores esperam mais atenção
de seu governo.
No Rio de Janeiro , onde
há maior número de servidores públicos no Brasil, foi realizado um ato com
concentração na Candelária, marcha pela Avenida Rio Branco, encerrando com um
grande ato na Cinelândia. Em São Paulo também houve movimentação.
Foram registradas
atividades também no Amazonas, Acre, Rondônia, Minas Gerais, Pará, Sergipe, Rio
Grande do Sul, Tocantins, Santa Catarina, Pernambuco, Mato Grosso e Mato Grosso
do Sul. No Ceará houve protestos de manhã e a tarde com concentração de
servidores em frente ao Hospital Geral de Fortaleza e na sede do Dnocs no
estado.
A Condsef avalia que o
chamado para a luta foi atendido por suas entidades filiadas e reforça que a
mobilização deve seguir sendo ampliada em todo o Brasil.
Até o momento as reuniões
no Ministério do Planejamento não trouxeram os avanços esperados. O caminho
necessário para buscar o atendimento das demandas que vêm sendo negociadas é o
da unidade e mobilização das categorias. Entre as reivindicações que compõem a
Campanha Salarial 2012 está a busca por uma política salarial que envolva
reposição inflacionária e correção de distorções.
As entidades devem
apresentar oficialmente uma contraproposta ao governo, baseada em estudos
feitos pelo Dieese que levam em conta a inflação dos últimos dois anos para reposição
inflacionária e variação do PIB (Produto Interno Bruto) do mesmo período para
correção de distorções na administração pública. O Dieese busca levantamento de
quanto será o impacto total dessas demandas em números. Após apresentação
formal dessa contraproposta deve ser retomado no Ministério do Planejamento o
debate sobre as demandas gerais dos servidores.
Infelizmente, o governo
segue com mesmo discurso de que não há disposição para apresentar proposta que
envolva política salarial. O que o Planejamento tem sinalizado é que deve ser
implantada a correção de distorções, mas não diz quando isso ocorrerá. Não há
sinais claros também de que o governo apresentará propostas para outros temas
em pauta como reajuste nos benefícios, incluindo auxílio-alimentação e plano de
saúde, definição de data-base, paridade, entre outros. Só após a apresentação
da contraproposta dos servidores é que será agendada reunião para continuar o
debate com o governo.
Participam dessas reuniões
representantes de 31 entidades, incluindo 3 centrais sindicais.
A expectativa da Condsef é
de que o governo tenha sensibilidade já que servidores entram no segundo ano do
governo Dilma com salário congelado. Nenhum trabalhador desse país passa por
essa situação. O salário mínimo possui uma política de correção.
Os trabalhadores da
iniciativa privada também têm política de correção. Não dá para trabalhadores
públicos serem tratados de forma diferenciada uma vez que quando há ônus o
governo quer tratar os servidores como os demais trabalhadores, basta ver o
caso recente das mudanças na Previdência Pública. Não se pode admitir que a
maioria dos servidores permaneça com salários congelados.
O governo tem sinalizado
que vai priorizar debates setoriais, mas servidores não vão abandonar as demandas
gerais em detrimento das pautas específicas que também são importantes. É
preciso encarar o conjunto dos problemas da administração pública para que isso
tenha o reflexo esperado na melhoria da qualidade do atendimento à população
brasileira.
Fonte: Condsef