domingo, 29 de julho de 2012

UFSM - servidores bloqueiam setor financeiro da universidade


Os servidores técnico-administrativos em educação (TAEs) da UFSM bloqueiam, desde cerca de 7 horas da manhã de sexta-feira (27), o acesso ao sexto andar do prédio da Reitoria, no qual estão localizados os setores responsáveis por atividades e procedimentos financeiros da universidade. A ação integra a onda de mobilizações nacionais orientada pela Fasubra, que tenta quebrar a intransigência do governo, depois de 45 dias de greve sem apresentação de proposta concreta, e opõe-se ao recente decreto executivo no qual a presidente Dilma indica a substituição de trabalhadores grevistas.
O bloqueio no sexto andar da Reitoria ocorre com apoio de estudantes atinge o Departamento de Contas e Finanças (DCF) e o Departamento de Material e Patrimônio (DEMAPA) da universidade, que permanecerão inacessíveis ao longo do dia e não poderão exercer suas atividades de finanças, apropriação de folha de pagamentos e licitações. A ação, na UFSM, segue a série de mobilizações realizadas durante a semana com a obstrução do Centro de Processamento de Dados (CPD), outro setor estratégico para o funcionamento da instituição. 
A onda de intensificação do movimento culmina com a proximidade do dia 31 de julho, prazo estabelecido pelo governo para apresentação de proposta à categoria, conforme o acordado em reunião obtida pelos grevistas após mobilização no Ministério do Planejamento (MPOG). A FASUBRA foi recebida em 52 reuniões desde 2007, mas até então o governo sequer apresentou contra proposta às pautas elencadas pelos servidores. 
O Decreto 7.777, de 24 de julho de 2012, que orienta a substituição dos trabalhadores em greve e a possibilidade de aplicação de sanções administrativas, é o mais recente motivo de indignação do movimento grevista, que considera a medida uma afronta ao direito de greve e à autonomia da Universidade.
A atitude do governo é considerada pela entidade um desrespeito à categoria que recebe, atualmente, os menores salários do serviço público, e uma total falta de consonância com a propaganda oficial de valorização da educação.
Na UFSM, o Comando Local de Greve (CLG) dos TAEs redigiu uma carta, explicando as razões do bloqueio e a repulsa do movimento em relação às últimas ações do governo. A carta segue abaixo:
Somos todos trabalhadores(as) Técnico-Administrativos em Educação (TAEs) da Universidade Federal de Santa Maria. Desenvolvemos nossas atribuições com responsabilidade e compromisso, construindo conjuntamente com estudantes e professores, indissociavelmente, a universidade.
Após 45 dias de deflagração da greve nacional dos TAEs, não obtivemos do Governo Dilma qualquer aceno que indique mudança de tratamento à nossa categoria. Vários ataques nos têm sido desferidos na tentativa de desmobilizar e derrotar nosso instrumento de luta, a Greve.
A última investida vem do Decreto 7.777, de 24 de julho, que determina aos Ministros de Estado que substituam a mão de obra de todas as categorias em greve, e ameaça de punição administrativa aos que não cumprirem a ordem. Além de autoritário, o decreto representa uma ameaça à Autonomia Universitária.
Na UFSM, em reunião com representantes do Comando Local de Greve dos TAEs, a categoria tomou um baque ao conhecer a posição da Reitoria em relação à comissão paritária sobre o tema do horário corrido escalonado. Desconsiderando um objeto de luta histórica da categoria e os impactos da jornada de trabalho na dinâmica familiar dos trabalhadores, o Reitor nega-se a reconhecer institucionalmente a comissão paritária (estudantes, professores e TAEs) que trata do tema.
A Administração Central reitera que já existe comissão nomeada oficialmente para o estudo de setores onde haveria necessidade da implementação de horário ininterrupto de atendimento com jornada de 30h. A perspectiva da Reitoria, portanto, subordina a qualidade de vida dos trabalhadores da instituição ao ponto de vista exclusivamente administrativo. A comissão paritária, construída horizontalmente por todos os segmentos da universidade, serviria apenas como possível, mas não necessária, consultoria à comissão oficial.
Por todo o exposto, o Comando Local de Greve dos TAEs conclama a todos aqueles que lutam por uma Universidade Pública e de Qualidade – sejam docentes, estudantes, técnico-administrativos ou demais trabalhadores – a fortalecer o movimento de greve, em oposição e resposta à intransigência do governo federal. Se o governo nos ameaça e afronta o nosso direito de greve, a nossa resposta é com mais luta e mobilização. Exigimos negociação. A greve continua, até a vitória! 
Fonte: ASSUFSM

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